“Não foi fatalidade, qualquer um que estivesse naquele avião ali ia morrer, porque era uma lata velha. […] Não foi fatalidade, foi crime. [..] Quem acalenta minha dor? […]. Vocês vão me ver lutando todos os dias”, afirmou emocionada a mãe. A aeronave que saiu de Cascavel tinha como destino Guarulhos, em São Paulo. Estavam a bordo 58 passageiros e 4 tripulantes, segundo a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave. Ninguém sobreviveu. Arianne Albuquerque Risso era residente de oncologia no Hospital do Câncer de Cascavel (PR) — Foto: Uopeccan A mãe da jovem fez diversas críticas à empresa aérea e cobrou rigor nas investigações. Maria de Fátima afirmou que lutará por justiça pela morte de sua única filha que sonhava em ser médica desde os 9 anos de idade. “Eu não tenho objetivos, ela era minha única filha, era minha vida, meu objetivo. […] Eu não tenho mais nada, eu não tenho mais vida, é só dor e minha dor se transforma em indignação”, afirmou Maria. “Ela estava indo numa felicidade para fazer o curso de oncologia, ela era residente do Hospital de Cascavel. […] Eu investi na minha filha para salvar vidas, o sonho dela desde os 9 anos, salvar vidas”, relembrou emocionada a mãe. “Profissionais competentes e que encontraram na Uopeccan a realização de um sonho: salvar vidas! Médicas humanas, que atendiam todos os pacientes com muita dedicação, carinho e respeito. Não é à toa que eram recorrentes os elogios às duas em nossas ouvidorias. Era muito nítido o amor que ambas tinham pela profissão. Agora, só nos resta a saudade e lembranças de duas jovens médicas que partiram cedo demais”, afirmou a instituição por meio de nota. A queda do avião Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo Esse é o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM, em 2007 no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos. As vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72. Segundo a VOEPASS Linhas Aéreas, a aeronave decolou de Cascavel sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação, e todos os tripulantes com habilitação válida. O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos. A aeronave voou por 1 hora e 35 minutos sem qualquer registro de ocorrências, até fazer uma curva brusca, despencar 4 mil metros em aproximadamente 1 minuto e sumir do radar, após explodir no terreno de uma casa em um condomínio residencial. Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas. A Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, divulgou um telefone, disponível 24h, para prestar informações a familiares de vítimas, colaboradores e interessados: 0800 9419712. Em nota, a companhia disse priorizar “prestar irrestrita assistência às famílias das vítimas” e que colabora com as autoridades para apuração das causas do acidente. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar “a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”. A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o acidente. Um ‘gabinete de crise’ foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
‘Não foi fatalidade’, diz mãe de médica que morreu após queda de avião em SP
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