Saboroso e quase irresistível entre os humanos, chocolate também é altamente palatável para cães. Porém, a guloseima é tóxica para os pets e não deve ser oferecida, mesmo em pequenas quantidades. Isso por causa da teobromina, substância que não é metabolizada pelos animais. As consequências podem incluir vômito, diarreia, tremor, e, em casos mais graves, convulsão e até a morte do pet. “Não é só um desarranjo. Não é como quando a gente come alguma coisa e não passa bem. O chocolate nos cães e gatos é tóxico. Ele tem uma substância que nosso organismo consegue metabolizar e resolver. O metabolismo dos cães e dos gatos é diferente, e essa substância que tem no chocolate, teobromina, o fígado deles vai metabolizar mais devagar. O organismo não consegue lidar com essa substância. E, por isso, é um composto tóxico para cães e gatos. Não é só um mal-estar. É uma coisa tóxica que está dentro do organismo deles”, alerta a veterinária Sofia Dressel. A ação da teobromina no organismo vai depender do porte do cachorro —um menorzinho vai ser mais sensível a essa substância e pequenas quantidades podem ser muito prejudiciais. Assim, nenhuma quantidade é considerada segura. “Muita gente não sabe e muita gente não entende a gravidade que é fornecer esse tipo de alimento para nossos pets”, afirma a especialista. “Se eu pegar um pedacinho de um veneno e colocar na boca —em crianças às vezes acontece [levar produtos perigosos à boca]. Pode ser que um pedacinho daquilo não faça mal. Mas você vai oferecer? Não, porque a gente sabe que é veneno. A gente precisa considerar esse tipo de alimento tóxico para os cães realmente como uma forma de veneno. Não é para oferecer, faz mal. A gente vai falar para uma pessoa que é intolerante a lactose ou que tem alergia alimentar: ‘come só um pedacinho deste amendoim, não tem problema’? Tem, pode ter problema muito grave para essa pessoa”, exemplifica. Sofia recomenda que, em caso de ingestão, o tutor procure o veterinário, já que a teobromina pode ficar até seis dias no organismo do pet. A veterinária lembra que, além de não oferecer chocolate ao animal, é importante conscientizar a família, especialmente as crianças, sobre esse risco, principalmente em épocas de festas e reuniões, como Páscoa e fim de ano. “É importante não deixar chocolate ao alcance dos pets, não oferecer e oferecer alternativas.” Entre as alternativas estão brinquedos, que podem ser feitos em casa. Rolinho de papel higiênico ou bandeja de ovos podem esconder petiscos, em uma diversão que lembra um caça ovos de Páscoa feito com crianças. Mas há no mercado guloseimas específicas para os pets, com alternativas ao cacau —portanto livres da teobromina— e em formatos para também incluir o animal nas comemorações, como ovinhos de Páscoa. Como qualquer petisco, devem ser oferecidos em pequenas quantidades e nunca substituir uma refeição. Colunas e Blogs Receba no seu email uma seleção de colunas e blogs da Folha Fernanda Fuschi Rabaglio, 37, criadora da Matilha Brasil e tutora de seis chow chows, conhecidos em rede social como os Ursinhos Chow Chow, afirma que, em casa, os pets percebem a movimentação de festas e, por isso, inclui os peludos nas comemorações. “Busco sempre ter opções saudáveis e temáticas para que comemorem e façam enriquecimento ambiental com alimentos e brinquedos apropriados para a saúde de cada um e suas preferências”, afirma. Entre essas opções, a Petiko elaborou um box temático, com pelúcia, um brinquedo recheável em formato de cenoura e um ovinho de Páscoa, seguro para os animais. “É feito com substitutivos, como o farelo de aveia e o aroma de baunilha, que garantem o bem-estar dos pets. Os cães podem saborear esse petisco com tranquilidade, seguindo as quantidades ideais ao longo do dia, como recomendado na embalagem. Uma dica é esconder essa guloseima na varanda, no jardim ou mesmo dentro de casa para que seu pet possa procurar, criando uma brincadeira de caça aos ovos superdivertida. Essa atividade contribui para aliviar o instinto natural de caça dos cachorros e diminuir o estresse e o tédio”, diz Cleiton Silva, diretor de produtos da Petiko. Já a Chocodog’s foi criada há cerca de 25 anos com objetivo também de integrar os cães às datas comemorativas, segundo Rodrigo Alencar, diretor de marketing e vendas da marca. “Foi feito todo um estudo técnico junto com veterinários na época para criar uma formulação parecida com chocolate, petisco sabor chocolate, porém ele não possui a teobromina, que é a substância tóxica.” Uma alternativa que une brincadeira e enriquecimento ambiental é petisco em formato de ovo de Páscoa feito com bexiga bovina e recheado com pulmão bovino desidratados. “Na hora que desidrata, ele não perde suas propriedades, não perde qualidade”, afirma Haíssa Moutinho proprietária da Aubox. Ela diz, porém, que a indicação é para animais saudáveis, sem alergias ou restrições a proteína, e afirma que deve ser oferecido dentro da quantidade limite, cerca de 10% da alimentação diária, para não desbalancear a dieta. Siga o Bom Pra Cachorro no Instagram, Facebook, X e Threads LINK PRESENTE: Gostou deste texto? 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‘Não é para oferecer, faz mal’, diz veterinária sobre pet comer chocolate
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