A mulher que sobreviveu ao ataque de um policial militar, em Limeira (SP), recebeu alta nesta quinta-feira (2). Durante a confusão, na segunda-feira (29) à noite, a mãe dela morreu. Gisele Fernandes Caetano, de 38 anos, levou uma facada no abdômen, passou por uma cirurgia e ficou internada por três dias. Ela vai terminar a recuperação em casa. O caso ocorreu na Estrada da Balsa, área rural da cidade. Gisele ajudava a mãe, Marizete Fernandes do Nascimento, de 60 anos, a limpar o terreno de uma chácara, quando foram atacadas pelo PM Wilson Alves de Menezes, de 47 anos, que foi preso depois. “Aí ele pegou isso e saiu com o carro e com a faca na mão. Falei pra minha mãe: ‘corre’. Aí não deu tempo, porque nós já tava ali na rua. Aí eu fui pra socorrer ela, que ele catou ela ali na rua, fui para socorrer ela, ele não deixava. Foi na hora que ele pegou, me bateu também, com o pedaço do pau, e me esfaqueou. Ele não deixava ninguém chegar perto da minha mãe para socorrer minha mãe”. Marizete morreu antes de chegar no hospital. Ela alugou a chácara para o Wilson Menezes em agosto do ano passado e vinha pedindo para o inquilino assinar o contrato e limpar o terreno. Dona de casa Gisele Fernandes Caetano teve a mãe morta pelo PM — Foto: Pedro Santana/ EPTV Gisele conta que já tinha tido um desentendimento com o policial militar, mas não acreditava que ele seria capaz de cometer um crime. “Teve um dia que ele veio aqui no meu portão por causa da mulher dele. Eu fiquei assustada. Fui, fiz o boletim de ocorrência. Eu falei: ‘ah não, ele tem as crianças, né, como eu tenho os meus’. Eu nem imaginava que ia acontecer isso”. A família da Gisele disse ainda que ela e a mãe só estavam fazendo a limpeza do terreno porque a mulher do PM tinha autorizado. Wilson Menezes não estava trabalhando nas ruas nos últimos meses. Ele fazia serviços administrativos na Polícia Militar e continua preso. Mãe e filha limpavam o terreno de uma chácara quando foram atacadas — Foto: Reprodução/ EPTV Histórico de desavenças O policial militar preso pelo crime já tinha desavenças com a vítima, dona do imóvel que ele alugava, e com vizinhos há algum tempo, segundo a Polícia Civil. Parentes relataram que, nos últimos oito meses, Marizete chegou a pedir para o policial deixar o local, mas isso não aconteceu. Os pedidos de Marizete para que o policial mantivesse o quintal limpo também não eram atendidos. Wilson Alves de Menezes, policial militar suspeito de matar proprietária de chácara alugada por ele a facadas — Foto: Reprodução/EPTV Desentendimentos com vizinhos também eram frequentes e, segundo o sobrinho da vítima Jesdel Fernandes, Menezes tinha certeza que sairia impune de qualquer situação por ser policial militar. “Eles queriam morar de graça. Por ser polícia, ele achava que ele podia fazer tudo”, disse. De acordo a Polícia Militar, Menezes não tinha armas dentro do imóvel e estava afastado de atividades nas ruas. A Polícia Civil informou que ele têm problemas relacionados à depressão. Menezes atendia no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de Campinas (SP), e estava de folga na segunda-feira quando ocorreu o crime. Viatura da Polícia Militar no local do crime — Foto: Gustavo Biano/ EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região