MP denuncia sete por mortes ligadas a disputas por pontos de jogos de azar em Piracicaba

MP denuncia sete por mortes ligadas a disputas por pontos de jogos de azar em Piracicaba

A investigação envolve a Operação Jogo da Vida, da 2ª Promotoria de Justiça de Piracicaba e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e aponta que a organização criminosa é uma das maiores na exploração de jogos de azar no país, com atuação em diversas cidades e envolvimento com corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro. Em Piracicaba, a organização criminosa foi investigada ainda em 2017, quando houve a prisão de dois chefes locais. A prisão deles abriu espaço para que outro grupo concorrente se apropriasse de alguns pontos e passasse a explorar a mesma atividade ilegal. Mas os chefes do primeiro bando foram soltos e foi iniciada uma disputa violenta pelos pontos de exploração de jogos. Suspeitos de envolvimento na execução de Felipe Roberto Casale, em 15 de março de 2024 — Foto: Reprodução/Polícia Militar Delação de investigado A denúncia oferecida pelo Ministério Público identificou os mandantes dos crimes de homicídios, seus intermediários e um envolvido na execução do crime. Segundo a Promotoria, uma oitava pessoa investigada confessou a participação na organização criminosa, delatou os demais e o funcionamento dela, e firmou acordo de não persecução penal com o MP, que é um acordo envolvendo colaboração com as autoridades. Ainda estão sendo feitas investigações para a identificação de outros envolvidos com a execução das vítimas. Dinheiro e armas apreendidos durante operação policial que prendeu suspeitos da morte de empresário executado a tiros em Piracicaba — Foto: Reprodução/Polícia Militar de Piracicaba ‘Modelo de máfias italianas’ Além disso, a investigação realizada pelo Ministério Público aponta relação estreita entre os integrantes da organização criminosa de exploração de jogos de azar com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), cujos integrantes atuavam para a realização de cobranças e execução de crimes de mando. Segundo Aluisio Antonio Maciel Neto, promotor de Justiça do Júri de Piracicaba, a investigação revelou que uma aparente contravenção penal, como a exploração de jogos de azar, pode encobrir uma estrutura criminosa para a prática de crimes violentos e graves. “Não é apenas o jogo em si, mas o que se constrói a partir dele com o poderio econômico angariado, seja para a corrupção de agentes públicos ou a execução de crimes de mando, no mesmo modelo de máfias italianas”, aponta. Os investigados foram denunciados por organização criminosa, homicídios duplamente qualificados e pela exploração de jogos de azar. Operação prende três suspeitos de envolvimento na morte de empresário em Piracicaba Manutenção de prisões O Ministério Público também pediu a conversão das prisões temporária em preventiva a fim de que os denunciados permaneçam presos ao longo do processo. “Parte dos denunciados estava em liberdade provisória desde 2017, quando se deflagrou a primeira operação de combate a esta organização criminosa e suas solturas revelaram que deveriam estar presos desde então, o que certamente teria impedido as mortes em questão, pois elas já haviam sido anunciadas de dentro da cadeia, quando os líderes estavam presos”, afirma o promotor. Para Maciel Neto, as armas, munições, carta do PCC e os quase R$ 1 milhão apreendidos durante operação contra a quadrilha revelam que “a prisão deles se apresenta de forma inquestionável para o impedimento de outros crimes”. A denúncia foi recebida nesta terça-feira (2) pela Vara do Júri e Execuções Criminais, que a acolheu e decretou a prisão preventiva dos denunciados. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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