Ele estava internado em um hospital particular desde terça-feira (23) e não resistiu a uma pneumonia. O corpo dele foi enterrado nesta sexta-feira (26) no Cemitério Jardim da Paz. Corpo de Lucas Daniel da Rocha foi enterrado em São Carlos (SP) — Foto: Everson José Padilha Rocha foi diagnosticado ainda criança com a síndrome de Machado-Joseph, também conhecida como ataxia espinocerebelar. A doença genética tirou a vida do avô, da mãe, da tia e de uma irmã do rapaz. Emocionado, o pai, Ezequiel José da Rocha, de 65 anos, disse ao g1 que o filho gostava da vida. “Nos últimos três meses foram muitas idas e vindas do hospital. Deus achou melhor que era a hora de levar ele”, disse. Ciclistas de São Carlos surpreenderam o rapaz com o presente — Foto: Fabio Rodrigues/g1 A madrasta, Raquel Bauchzili Rocha, de 67 anos, disse que Rocha tinha garra e fez tudo o que o foi possível para viver. “Era sorridente igual ao pai adorava cozinhar, lavava, passava, fazia de tudo. Ia para academia, pedalava e sempre levava a cadelinha Nina Maria. Ele lutou, há um ano e meio a rotina era cama, sofá e cadeira de rodas”, contou. Rocha passou por uma cirurgia e teve que amputar um dedo do pé devido à diabetes. Desde então era cuidado por uma tia. Nos últimos dias não estava mais conseguindo se alimentar e o seu estado de saúde piorou. Mobilidade reduzida Ciclistas de São Carlo se unem em rifa para doar bicicleta a rapaz com doença degenerativa Em 20019, Rocha contou ao g1 que sempre se adaptou à doença, mas quando completou 25 anos o problema se agravou. Desde então faltavam forças nas pernas e equilíbrio para manter-se em pé. Ele, que até então trabalhava como atendente de lanchonete, aposentou-se por invalidez. Mesmo com os problemas de saúde, o rapaz sempre praticou atividade física e dizia que amava pedalar. A história dele chegou aos ciclistas de São Carlos por meio do amigo Felipe Daniel da Silva Paulino. Foi ele também quem achou na internet a bicicleta adaptada que estava em Bebedouro (SP) e que custava R$ 1,3 mil por ser usada. Um dos organizadores do grupo Pedala São Carlos propôs fazer uma rifa de R$10 com 100 números. “A procura foi tanta que aumentamos para 200 números”, contou Everson José Padilha, conhecido na cidade como Coxinha. Assim que a bike foi trazida para São Carlos, uma bicicletaria doou a mão-de-obra para fazer os ajustes necessários, como regulagem de marchas e freios. Em junho de 2019, o grupo se reuniu no Parque do Kartódromo e pedalou cerca de 7 km até a casa de Rocha para entregar a handbike (veia no vídeo acima). Em 2022, quando sentiu que não dava para passear com Nina pelas ruas da cidade, Rocha doou a bike adaptada para outra pessoa que precisava, contou o amigo. Ciclistas se uniram para ajudar Lucas em São Carlos — Foto: Fabio Rodrigues/g1
Morre ciclista com doença degenerativa que ganhou bike adaptada após rifa solidária
11