Lar Cidades Moradores do ‘minipantanal paulista’ falam sobre dia a dia após tragédia ambiental em julho

Moradores do ‘minipantanal paulista’ falam sobre dia a dia após tragédia ambiental em julho

por admin
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A pequena vila que existe no paraíso escondido no interior do estado é lar de 50 pessoas, que tiram seu sustento da pesca ou da produção local no Tanquã. A área é formada na foz do Rio Piracicaba, quando ele chega no Rio Tietê, no início do reservatório formado pela barragem de Barra Bonita. Em mais uma reportagem especial de comemoração dos 45 anos de EPTV, afiliada da TV Globo, a equipe esteve no minipantanal paulista para conversar com moradores e mostrar como tem sido o processo de recuperação após a maior tragédia ambiental que atingiu a região, em julho, e sobre a ligação dos habitantes da pequena vila com a natureza e a preservação. Produtor de leite 🐄 Antonio Pires é morador do Tanquã e trabalha com sua produção local de leite — Foto: Reprodução/EPTV O sol acaba de surgir, dando início ao dia. Antonio Pires, o Seu Antonio, também já está de pé, se preparado para começar as tarefas. O produtor local começa a primeira atividade, cuidando dos bezerros e das vacas. Depois de deixar os filhotes se alimentarem com as mães, é hora de tirar o leite. Mas a produção tem sido fraca, diz o produtor. “Muito pouco. Uns dois litros, acho. O pasto está fraco”, explica. A falta de chuvas e a seca tem causado o enfraquecimento da vegetação e do pasto, afetando a alimentação e produção de leite das vacas. Ele conta ao repórter que, para quem mora no campo, afastado da cidade, assim como ele, é muito importante poder se manter informado por meio da televisão. Depois de tirar o leite das vacas, o produtor faz uma filtragem do líquido, que será usado para produção de queijo. A próxima tarefa é conferir se as galinhas, que vivem soltas pela propriedade, botaram ovos. Para finalizar a manhã, é a vez de cuidar dos porcos, que são alimentados com milho. Em meio às tarefas do seu dia, Seu Antonio arruma um tempinho para poder conferir os telejornais da EPTV e se manter informado sobre o que tem ocorrido na região. Depois de se despedir, o produtor prepara seu cavalo para montaria. É preciso dar continuidade aos trabalhos e a próxima parada é o pasto. Ele segue a cavalgada em meio à paisagem privilegiada do Tanquã para finalizar o dia. Seu Antonio finaliza a manhã assistindo aos telejornais da EPTV, e depois segue para o cuidado do pasto — Foto: Reprodução/EPTV Ligação com a natureza e preservação 🌱 O pequeno grupo de pessoas que vive no Tanquã leva uma vida diferente da população de centros urbanos. Nilson Abrahão, o “Alemão”, vive há 30 anos na área de proteção e, para ele, é uma oportunidade única. “É um privilégio, porque a gente é nascido e criado na cidade e, quando a gente veio pra cá conhecer a natureza de perto, é morar no paraíso. Não consigo explicar isso com palavras, é uma emoção tão grande que não tem como explicar”, relata. A tragédia que atingiu a área do Tanquã em julho afetou fauna e flora e os moradores da região, mas Nilson ressalta a capacidade de resistência do ecossistema. “A natureza é maravilhosa, ela não deixa nada pra depois. O homem tenta destruir, mas a natureza dá seu jeitinho e se recupera”, finaliza o morador. APA Tanquã-Rio Piracicaba — Foto: Governo do Estado de São Paulo A vila do Tanquã 🛖 Fundada há cerca de 50 anos, o bairro do Tanquã mantém as raízes familiares e de conexão com a natureza. O pescador Adilson Evangelista, filho do fundador, vive até hoje no local. Ele conta que seu pai o ensinou muito sobre o lugar, em especial sobre a necessidade de preservar a fauna e a flora. Vendo o desastre pelo qual a área passou, o pescador frisa que a situação tem sido complicada. “Tá muito difícil recuperar. Eu acho que vai uns 10 anos, no mínimo.” Mas a intervenção do homem não muda a admiração e o amor pelo lugar onde cresceu e hoje cria seus filhos, cercados pela natureza e pelo cenário paradisíaco. “Me sinto privilegiado de morar em um lugar como esse. Criança você pode criar solta, é uma maravilha. É uma satisfação”, agradece o pescador. Desastre ambiental em julho Peixes mortos na APA do Tanquã, em São Pedro — Foto: Jefferson Souza/ EPTV O dano ambiental gerou uma multa de R$ 18 milhões à Usina São José, de Rio das Pedras (SP), apontada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como a origem da poluição que gerou as mortes dos animais. O Ministério Público e Polícia Civil também investigam o caso e a empresa diz que não foi comprovada a responsabilidade dela. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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