Missão com alma e coração

Missão com alma e coração

De Torre d’Aguilha, em Cascais (Portugal), onde decorre neste mês de júlio o Capítulo Provincial dos Espiritanos, o P. Tony Neves, Conselheiro Geral da Congregação, narra a epopeia espiritana pelo mundo fora, com olhos postos num futuro de esperança e solidariedade. P. Tony Neves – Em Cascais, Portugal Cerca de 3 mil Espiritanos, espalhados por 63 países, nos cinco continentes, anunciam o Evangelho. Tentam honrar e dar continuidade a uma longa história, iniciada no Pentecostes de 1703 por um jovem francês, Cláudio Poullart des Places. Em 1848 esta história ganhou um novo dinamismo com o encontro de duas famílias: a fundada por Cláudio e a animada por Francisco Libermann.  África tornou-se, a partir daí, o grande caminho dos Espiritanos, dando origem a muitas Igrejas locais. Acabo de fazer a experiência desta paternidade reconhecida nas recentes visitas ao Gabão e ao Congo Brazzaville, onde os Espiritanos foram os primeiros grandes missionários, verdadeiros fundadores destas igrejas locais, hoje tão numerosas, vivas, dinâmicas e intervenientes… Mas os Espiritanos, de fundação europeia, alargaram progressivamente o espaço da sua tenda. Depois da Europa e África, abriram frentes de missão nas Américas, na Ásia e na Oceânia… A missão Espiritana pode dizer-se hoje uma Missão sem fronteiras, à escala do mundo.  Roma é, para mim, um lugar privilegiado para perceber o ritmo atual da Missão Espiritana no mundo. E a razão deste privilégio é simples, embora dupla. Por um lado, a Roma, chegam-nos todas as notícias do que acontece no mundo, as boas e as trágicas. Por outro lado, tenho a obrigação de visitar os Espiritanos e as missões onde eles vivem e trabalham. Devo confessar que é no terreno que me apercebo melhor das alegrias e tristezas, das angústias e esperanças que marcam o dia a dia dos missionários e dos povos com quem eles partilham a vida e a missão, por vezes em circunstâncias complicadas, em condições muito precárias e arriscadas.  Família alargada A família alargou. Além de padres e irmãos, há hoje um enorme número de leigos que se associam aos Espiritanos, partilhando a espiritualidade e a missão. Há ainda a salientar os mais de trinta bispos que, nas suas dioceses ou já eméritos, continuam honradamente a colocar depois do nome, o CSSp, sigla da Congregação do Espírito Santo. Foram todos convidados a ir a Roma na semana de Pentecostes e a adesão quase total foi sinal inequívoco de uma imagem de marca a preservar, de uma comunhão de carisma e missão a manter e a aprofundar… Há momentos que imprimem uma marca profunda na história de uma família religiosa. A audiência que o Papa Francisco nos concedeu a 8 de maio de 2023 foi um deles. Salientou a importância e impacto missionário da nossa longa história. Insistiu no ‘todos, todos, todos!’ que seria a expressão mais citada das Jornadas Mundiais da Juventude de Lisboa. E, como lança para o futuro, o papa, neste ambiente de caminhada sinodal, pediu ‘abertura’ , ‘docilidade ao Espírito Santo’. As palavras do Papa Francisco transformaram-se num programa de vida e de renovação espiritual para toda a grande Família Espiritana. Um só coração, uma só alma  ‘Um só coração e uma só alma’ é muito mais que um lema, é um desafiante programa de vida. Se a alma aponta mais para a dimensão espiritual, o coração exige ternura, solidariedade, fraternidade. Uma das imagens de marca dos Espiritanos é a vida fraterna em comunhão que implica a partilha de bens e de compromissos pastorais. Somos enviados aos mais pobres, trabalhamos pela justiça, paz e ecologia integral. Investimos na Espiritualidade, com a dinamização do CESM. Acolhemos e apoiamos imigrantes, como o prova o CEPAC. Apostamos no diálogo em todas as suas expressões. Somos promotores do desenvolvimento humano integral, aqui e lá fora, com Sol Sem Fronteiras. Combatemos todos os abusos, tráficos e violações dos direitos humanos. Prestamos especial atenção aos mais idosos e débeis, sendo a ANIMA UNA a melhor expressão. Anunciar com palavras e vida Em resumo, temos por missão anunciar, com palavras e vida, o Evangelho de Cristo, inspirados e empurrados pela força do Espírito Santo, com a proteção maternal de Maria. Ser Espiritano hoje obriga a constantes partidas rumo às periferias e margens da história. Como alerta a LIAM, é preciso fazer sempre ‘mais e melhor ‘. Como dizem os ASES, ‘o fio triplo é difícil de romper’. Como gritam os Jovens Sem Fronteiras, é urgente ‘estar perto dos que estão longe sem estar longe dos que estão perto’. O Capítulo Provincial dos Espiritanos, realizado na Torre d’Aguilha – Cascais este mês de julho, projetou a Missão rumo a um futuro de esperança e solidariedade. Com a força do Espírito e o compromisso de todos, podemos acreditar numa Igreja mais credível e num mundo mais humano. O amanhã Espiritano passa por aí Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

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