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Melhores do Ano: Juntos, Globo e SBT declaram guerra velada ao streaming

por admin
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“Tamo junto! Vamo pra cima!” exclamou uma Patrícia Abravanel eufórica em plena Globo a Paulo Marinho, diretor-executivo da Globo, no palco do Melhores do Ano. O tradicional Oscar da emissora líder não só homenageou Silvio, morto em agosto, como permitiu que o SBT transmitisse simultaneamente a homenagem a ele. “Vamo” pra cima de quem? A fala de Patrícia era um grito de guerra da TV aberta, mais unida do que nunca, em tempos de crescimento dos concorrentes do streaming e do Youtube.O prêmio anual da Globo estava diferente. Além de Patrícia e sua irmã Daniela Beyruti, presidente do SBT, na plateia, Luciano Huck ainda convidou Sônia Abrão, que tanto fala mal da Globo na Rede TV!, e Ticiane Pinheiro —mulher de César Tralli, mas também a cara da Record desde 2015. Dava até um certo tilt no cérebro ver as duas tão confortáveis na Globo. Por duas ou três vezes, Huck chamava a situação toda de “rolê aleatório”, mas de aleatório não tinha nada. O outro objetivo não declarado do rolê de Huck foi fazer uma passagem definitiva de bastão do Troféu Imprensa, que reinou por décadas sob a batuta de Silvio no SBT, ao Melhores do Ano. O primeiro parou de acontecer anualmente desde 2022 e, embora haja a intenção de retomá-lo no ano que vem, já não tem a mesma força sem o dono do Baú. Mas há uma diferença clara entre eles: a Globo só premia ela mesma, e nada indica que vá abrir uma porta para contemplar indicados de fora. AI, QUE PREGUIÇA A premiação em si foi mais divertida do que de costume, com Paulo Vieira cada vez mais à vontade para zoar com todo mundo, dentro e fora da plateia. Mais divertido ainda é ver Luciano Huck sempre tenso, com medo de que as piadas do colega ultrapassem os limites do bom senso. Andrea Beltrão rendeu bons memes na internet com sua expressão blasé do início ao fim da festa, claramente preferindo estar em casa. Simone Mendes protagonizou o momento mais cafona da noite ao encerrar sua apresentação de “Dois Tristes” com uma cascata de água sobre o corpo em pleno palco. Mirou na Rihanna do clipe de “Umbrella”, acertou num cano estourado da Sabesp. Apostando no “menos é mais”, Veveta fez uma apresentação bem mais elegante com o hino do último carnaval, “Macetando”, mas perdeu o prêmio de Música do Ano para a colega sofrente. GARIMPEIRAS VENCEDORAS Quando o prêmio vai para as novelas, a Globo tem sempre um mico nas mãos: o Melhores do Ano obriga a emissora a comparar seus próprios produtos. A premiação deixou clara o fracasso de “Mania de Você”. Logo de cara, Gabz, uma excelente atriz, perdeu o troféu Revelação para Larissa Bocchino, a Quinota de “No Rancho Fundo”. A novela das 18h ainda ficou com o prêmio de Melhor Atriz, com Beltrão derrotando Adriana Esteves e Agatha Moreira, estrelas do mico das 21h. Aproveitando que ontem era seu aniversário, Esteves nem deu as caras, com a certeza absoluta de que este não foi o ano da sua Mércia. Sobrou só para Chay Suede, irretocável como o vilão Mavi. A categoria Melhor Ator trouxe a disputa mais acirrada do ano, entre ele e Juan Paiva, comovente como o João Pedro de “Renascer”. Juan acabou levando como Melhor Ator de Série por “Justiça 2”, o que resolveu em parte a (com perdão do trocadilho) injustiça. A série de Manuela Dias também se consagrou como a melhor do ano, numa categoria que deveria se chamar Prêmio Globoplay, já que o streaming da casa é o único contemplado. “Justiça 2” derrotou “Fim” e “Betinho”, esta última uma boa série que teve pouquíssima repercussão. Como em todo Oscar, o Melhores do Ano não termina sem suscitar ao menos uma grande revolta. Foi duro ver Daphne Bozaski, a boboca Lupita de “Família é Tudo”, tirar o troféu de Atriz Coadjuvante de Edvana Carvalho, sensacional como a Inácia de “Renascer”. A saga do coronel José Inocêncio garantiu o troféu de Melhor Novela e o merecido prêmio de Ator Coadjuvante a Vladimir Brichta, em seu melhor momento na TV como o temido Coronel Egídio. E como sempre, uma das graças do Melhores do Ano é ver os rígidos ícones da bancada do Jornalismo mais descontraídos em meio aos colegas de outras áreas. Não é todo dia que se vê, por exemplo, William Bonner rasgando o coração e cantando Fábio Jr. Quem viu viu, quem não viu… só ano que vem.

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