Em um evento político em São Carlos, no interior de São Paulo, a ministra disse que “parece que há uma aliança do crime com a emergência climática”. “Há uma proibição em todo o território nacional do uso do fogo, mas existem aqueles que estão fazendo um verdadeiro terrorismo climático usando a temperatura alta e a baixa umidade e ateando o fogo do nosso país, prejudicando a saúde das pessoas, a biodiversidade, destruindo as florestas.” A ministra Marina Silva esteve em São Carlos para um compromisso político — Foto: Reprodução EPTV Segundo a ministra, apenas dois estados brasileiros não estão em seca intensa. Em todo país, já foram queimados 900 mil hectares de área de agricultura, além 1,4 milhão de hectares de área de campo e pastagem e 1 milhão de hectares de florestas. Em São Paulo, o prejuízo dos agricultores com as queimadas, principalmente dos produtores de cana-de-açúcar, já chega a R$ 2 bilhões. Em Caconde, um incêndio que começou na quarta-feira já consumiu 300 mil pés de café, matou animais e tirou famílias de casas na zona rural (veja vídeo abaixo). Fogo atingiu pelo menos 300 mil pés de café em Caconde Ação coordenada e criminosa A ministra destacou que há evidências de que as ações são coordenadas e feitas com intenção criminosa. “Há uma intenção na ação dessas pessoas. Não é possível que diante de uma das maiores secas da história no nosso continente e no nosso país, que as pessoas continuem colocando fogo. Isso causa um grande mal à saúde pública, ao meio ambiente, aos nossos sistemas produtivos e só agravam o problema da mudança do clima”, afirmou. No estado de São Paulo 20 pessoas foram presas neste ano por provocar incêndios florestais. O governo estadual recolheu mais de R$ 21,3 milhões em multas e aplicou 420 autos de infração ambiental. Produtor rural observa incêndio consumir uma plantação de cana-de-açúcar perto de Dumont, no interior de SP (24 de agosto) — Foto: Joel Silva/Reuters Atualmente a pena para quem comete esse tipo de crime varia de um a quatro anos de prisão e Marina Silva defende punições mais rígidas. “Já são 50 inquéritos que estão abertos [pela Polícia Federal] e é preciso continuar investigando e trabalho de inteligência combinado a tudo isso porque é no trabalho de inteligência e a gente vai poder descobrir e de onde vem essa motivação. É preciso que haja investigação, punição e que as penas sejam mais severas, isso está sendo estudado na sala de situação.” Uma das propostas, que tramita do Congresso Nacional e tornar a incitação criminosa de incêndio um crime hediondo. Veja os vídeos da EPTV Central