Lar Cidades Maria Fumaça recupera vagão da primeira classe de 1927 para passeios no interior de SP: ‘Era só o pessoal de terno’

Maria Fumaça recupera vagão da primeira classe de 1927 para passeios no interior de SP: ‘Era só o pessoal de terno’

por admin
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A estrutura estava desativada há cerca de 18 anos e foi reformada para a comemoração do aniversário de 40 anos da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, responsável pela viagem. Para conhecer a “nova” aquisição, o g1 conversou com Hélio Gazetta, diretor da entidade. “Na primeira classe só entrava o pessoal de terno e gravata e as mulheres com os vestidos típicos da época. […] Era só o pessoal de terno, não podia tirar sapato e nem cuspir no chão”, explica Hélio Gazetta. Maria Fumaça de Campinas recupera vagão de 1927 para passeios entre Campinas e Jaguariúna — Foto: Mateus Fiorentin 👀 Nesta reportagem você vai ver: 🚂 Regras de etiqueta Implantado pela associação em 14 de julho de 1984, o passeio turístico e cultural da Maria Fumaça entre os dois municípios do interior paulista conta com vagões de diferentes épocas e locomotivas centenárias. Gazetta comenta que o carro que vai passar a fazer parte do passeio tem algumas peculiaridades: é um carro misto, com assentos para primeira classe dividindo espaço com uma lanchonete. “As ferrovias tinham em pouca quantidade um carro para usar em linhas mais curtas, que não precisava ter um carro restaurante para servir o almoço e jantar. Ele atendia viagens menores e vendia bebidas, lanches prontos, essas coisas”, diz. Além disso, havia regras rígidas de etiqueta para utilização, como a restrição dos trajes que eram permitidos. Os homens deveriam vestir terno e gravata, enquanto as mulheres teriam que trajar vestidos, sem esquecer o detalhe de nunca tirar os sapatos ou cuspir no chão. Assentos da primeira classe de carro de luxo construído em 1927 — Foto: Hélio Gazzetta 🚞 Mudança de eixo O vagão de 1927 foi construído nas oficinas de Rio Claro (SP) para ser utilizado na antiga estrada de ferro que liga São Paulo a Goiás, no trecho ao norte da ferrovia. Gazetta conta, porém, que o ponto final ficou em Nova Granada (SP), a 260 km do local desejado. Assim, o vagão circulou entre o ponto final e Bebedouro (SP) até o trecho ser encerrado na década de 1960. Tempos depois, todos os vagões e maquinário foram leiloados pela Ferrovia Paulista (Fepasa). Segundo Gazetta, o vagão de luxo foi parar em um sítio na zona rural de Rio Claro e comprado pela associação em 2005. “Ele estava no coberto, muito bem conservado, mas ficava no chão, não tinha mais rodas. Então a gente adaptou aqui para ele voltar a funcionar”, lembra. Parte interna do carro ferroviário de luxo que possuía assentos para primeira classe e lanchonete — Foto: Hélio Gazzetta 💰 Valor mais acessível Segundo o diretor da associação, o vagão chegou a ser utilizado para passeios entre 2006 e 2007, mas por ser fabricado em madeira, não poderia ser acoplado a trens muito grandes acima de cinco vagões. Por isso, foi desativado e colocado no acervo museológico da Estação Carlos Gomes. Agora, o vagão de luxo volta a circular em formato especial e vai fazer parte de um trajeto mais curto entre Jaguariúna e a estação do bairro Tanquinho, refletindo em um tempo menor de passeio e consequentemente, segundo Gazetta, um valor mais acessível. “Ele é um carro de passageiro e não pode ser acoplado em trens com oito vagões pela fragilidade da construção. É um carro para ficar no meio de uma composição de cinco carros, é o jeito que a gente vai começar a operar para não ter problema de fatigar a estrutura, não correr nenhum risco e preservar principalmente o carro”, explica. Locomotivas restauradas em Campinas comemoram 110 anos neste mês — Foto: Reprodução/EPTV 🌄 Como será o passeio? O passeio turístico e cultural no vagão de luxo acontece a partir de julho, aos sábados e domingos. Às 10h, o roteiro é de Jaguariúna até a Estação Carlos Gomes, em um trajeto de 1h30, ida e volta, como opção mais rápida. À tarde, às 14h30, o vagão faz um percurso mais longo e vai até a estação do bairro Tanquinho, totalizando 24 km. A previsão de retorno é às 17h. Além dos novos passeios, a Maria Fumaça continua com o trecho tradicional entre Campinas e Jaguariúna, que totaliza 50 km de percurso, ida e volta. Maria Fumaça antes de sair para passeio turístico na Estação Anhumas, em Campinas — Foto: Roberta Steganha/g1 📓 Serviço Data: sábados e domingosLocal: Estação Anhumas (Campinas) ou Estação Jaguariúna (Jaguariúna)Endereço: R. Dr. Antônio Duarte da Conceição, 1712-1838 – Vila Madalena, Campinas (SP); e Rod. João Beira, 475-707 – Centro, Jaguariúna (SP)Quanto: a partir de R$ 50 pelo site Mais informações: na página da associação *Estagiário sob supervisão de Gabriella Ramos. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região

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