Maria do BBB 23 vira chefona do tráfico em ‘Bandida: A Número Um’: ‘Papel forte’

Maria do BBB 23 vira chefona do tráfico em ‘Bandida: A Número Um’: ‘Papel forte’

São Paulo Um episódio marcou a relação de Maria Bomani, ou simplesmente Maria, com o público brasileiro. Era noite de 14 de fevereiro de 2022 quando a atriz, então participante do BBB 22 (Globo), bateu com um balde na cabeça da colega Natália durante uma dinâmica do programa. Horas depois, ela seria a primeira famosa expulsa do programa por agressão. Após um período de recolhimento e muita reflexão, Maria está retomando a carreira em grande estilo. Ela vive a primeira protagonista de sua carreira no cinema no filme “Bandida: A Número Um”, que estreia no dia 20. A carioca, criada na Cidade Alta, em Cordovil, na zona norte do Rio, interpreta Rebeca, chefona do tráfico na Rocinha nos anos 1980. O filme é inspirado no romance “A Número Um”, de Raquel de Oliveira. Com o codinome Rebeca, ela conta a própria história vivendo na comunidade da Rocinha nos anos 1980. Na época, o morro era dominado pelo jogo do bicho, mas aos poucos o poder vai sendo tomado pelo tráfico de drogas —que ela chega a comandar no local depois que o marido, Pará (Jean Amorim), é assassinado. Ao F5, Maria conta que a estreia como protagonista tem “sensação de novidade” e que o papel parece ter sido feito para ela. “Sempre tive vontade de fazer um papel forte como esse, queria contar uma história, mostrar como é a vida numa favela como a Rocinha”, diz. Porém, mais do que mostrar violência e crime, o filme quer convencer o público de que todos têm uma história. Em “Bandida”, a personagem é vendida aos 9 anos de idade para um bicheiro e passa a viver uma rotina de violências. Maria explica que o objetivo não é a humanização do tráfico de drogas, mas, sim, das pessoas. “Qual o impacto desse universo do favelado, de crescer com a violência na porta?”, questiona. “É preciso entender que tem um sistema maior, que é um problema de políticas públicas, que não estão no poder da favela, não estão no poder daquela população.” Jean Amorim diz que, assim como seu personagem Pará, também veio da favela, e que aceitou o convite para interpretá-lo por entender que o filme buscava não cair na caricatura dessa parcela da população. “Quando eu tive acesso ao roteiro, entendi que dava para gente pegar esses personagens, tirar eles do estereótipo e transformar eles em personagens realmente humanos”, conta. “Não existe romance nenhum no tráfico de drogas, onde as pessoas matam, morrem e vão presas. A gente está falando aqui de pessoas que vivem na periferia e que, infelizmente, acabaram no tráfico de drogas, mas que não nasceram traficantes”, avalia. Milhem Cortaz, que já viveu alguns vilões na carreira, adiciona mais um papel à sua lista: Seu Amoroso, um bicheiro que “cuida da comunidade”. “Eu tentei trazer o personagem de uma forma amorosa e menos ofensiva, apesar de não perder todo o terror e toda a maldade que aquele homem tinha”, afirma. Para replicar a atmosfera dos anos 1980, o diretor João Wainer, que foi colunista da Folha, utilizou equipamentos da época nas filmagens. “A ideia foi trazer essa Betacam, que era uma câmera que se usava na época. As filmagens iriam ‘colar’ perfeitamente com as imagens que eu fosse comprar da TV Globo, da Band ou de qualquer arquivo”, explica. “Essa textura do filme trouxe uma camada importante porque faz sentir, especialmente para quem é mais velho e viveu essa coisa da TV de tubo.” Um detalhe leva a crer que a estratégia deu certo. Após assistir ao filme, Raquel de Oliveira, a verdadeira Rebeca, confessou que, pela primeira vez, chorou pela sua própria história. “Eu tive a oportunidade que, nesses mais de 30 anos, nunca tive tempo para ter”, diz. “Ela [Maria] chorou um luto que eu nunca tinha chorado.” “Foi um amor [o que ela viveu com Pará] que surgiu da pedra, da violência, do vazio”, continua. “Nesses anos todinhos, eu nunca tive um amor com aquela intensidade e um amor que brotou de toda aquela violência. Então, à Maria, eu devo essa gratidão. Ela me deu essa oportunidade de chorar.”

Postagens relacionadas

Ludmilla celebra a comunidade LGBTQIA+ e o empoderamento da favela em show na Tusca

Saiba como é feito biomodelo 3D para auxiliar cirurgia de separação de crianças siamesas

Tusca 2024: veja programação do Tusca Zone neste domingo, 17 de novembro