Cerca de 150 manifestantes estão acampados no pátio da faculdade de história e geografia na Universidade de São Paulo (USP). O ato é em solidariedade ao povo palestino. A ação se assemelha ao que ocorre em diversas universidades nos Estados Unidos, em que estudantes também protestam contra o genocídio em Gaza. Aqui no Brasil, o movimento além de pedir cessar fogo imediato, apela também para o fim das parcerias acadêmicas entre a USP e universidades israelenses, conforme explicou Rawa Alsagheer, coordenadora da rede Samidoun de solidariedade aos prisioneiros palestinos. O coletivo Vozes Judaicas por libertação realizou uma oficina, na manhã desta quarta (8), no local. Eles buscam desvincular os judeus do sionismo e alegam ser possível condenar o ataque do Hamas de 7 de setembro, assim como condenam os crimes de guerra promovidos pelo regime de Israel. Além disso, alegam que os palestinos, como um povo colonizado, têm direito de resistir para obter a autodeterminação. Procurado para comentar a respeito do acampamento e das reivindicações, a USP não retornou até o fechamento. As manifestações vêm em meio ao início de uma operação militar israelense em Rafah, no sul da faixa de Gaza onde cerca de 1,5 milhões de refugiados palestinos se encontram. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou a ação das forças armadas de Israel, em Rafah, alegando que essa ação mostra um descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e humanitário. E exorta todas as partes a buscarem um diálogo rumo ao cessar fogo e libertação dos reféns. No entanto, o governo Israelense, por meio do seu primeiro ministro Benjamin Netanyahu emitiu uma declaração oficial em que alega que a operação militar em Rafah tem como objetivo eliminar o Hamas e resgatar os reféns israelenses. Diz ainda a nota que a tentativa de uma proposta de cessar fogo intermediada pelo Egito e aceita pelo Hamas teve somente o objetivo de impedir a entrada das forças israelenses em Rafah.