O caso aconteceu em um apartamento alugado por um grupo de amigos composto por homens e mulheres na Rua Allan Kardec, no bairro da Enseada, na noite de 20 de outubro. No local, uma das mulheres pegou o armamento do PM, de 28 anos, que era amigo dela. Conforme apurado pelo g1 à época, Maria Eduarda morreu no local. O PM foi preso e a autora do disparo pagou fiança de R$ 1,5 mil, respondendo pelo crime em liberdade. “Meu coração de mãe não sente que foi acidental […]. Precisamos de justiça ou realmente da verdade”, disse a microempresária e mãe da vítima, Rose Fardelone, de 51 anos. A mulher contou que foi informada sobre a morte da filha pela cunhada. “[Foi] muito doloroso, perdemos o chão”, desabafou ela. Rose considerou que “muitas coisas” em relação ao caso ainda “precisam ser esclarecidas”. Ela também questionou a possibilidade da autora do disparo responder em liberdade após pagar a fiança. Maria Eduarda morreu com tiro disparado por amiga em Guarujá (SP) — Foto: Redes sociais e Marcela Pierotti/TV Tribuna “Pelo que sabemos, ela não estava em condições financeiras para [pagar] esse montante na hora”, disse Rose, que considerou como “o mínimo” a detenção do PM. Ela acrescentou que não conhecia pessoalmente a amiga que efetuou o disparo. A mulher, segundo a mãe, também não procurou a família da vítima. Maria Eduarda A vítima foi definida pela mãe como uma mulher “alegre, espontânea, divertida e descontraída”, que gostava de viajar, amava festas e reprovava qualquer tipo de preconceito. A jovem que estudava gastronomia deixou um filho que completará 2 anos em dezembro. “[Ele era] a paixão dela”, complementou a mãe. O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e com a Polícia Militar, em busca de mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O que disse a amiga? Polícia Militar e Samu compareceram ao condomínio, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução/TV Tribuna De acordo com informações do boletim de ocorrência, a jovem que efetuou o disparo disse em interrogatório que estava na sala com Maria Eduarda e o policial militar. Ela não sabia que o rapaz estava armado, mas o viu colocando a pistola na cintura e ficou curiosa. A jovem pediu a arma ao policial, para manusear, e ele teria alegado ser perigoso, já que ela não tinha experiência. Apesar disso, o PM teria tirado a arma da cintura, retirado as munições e entregado na mão da mulher. Ela contou à corporação que Maria Eduarda pediu para ver a pistola também, então fez um movimento com o braço direito com menção de entregá-la à amiga. Segundo a jovem, ela não sabia que havia um projétil na câmara de disparo e tampouco conhecia o mecanismo de funcionamento da arma. Ela acreditava que, ao tirar o ‘pente’ de projéteis da arma, o amigo havia retirado toda a munição. O que disse o PM? O PM, por outro lado, disse que não entregou a arma à amiga. Ele afirmou que manteve a pistola guardada e, que pouco antes do disparo, a colocou em cima do sofá enquanto calçava o tênis. Ele escutou as duas jovens comentando sobre a arma e, em seguida, ouviu o disparo. Logo na sequência, viu Maria Eduarda caída no chão e a outra mulher jogar a arma no sofá. Homicídio culposo A Prefeitura de Guarujá informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) foi acionado para atender a ocorrência. No local, a equipe encontrou a mulher, de 25 anos, que apresentava ferimento na face, causado por arma de fogo. O óbito foi constatado em seguida. O caso foi apresentado na Delegacia Sede de Guarujá, onde um boletim de ocorrência foi registrado como homicídio culposo – quando não há intenção de matar – e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A arma do PM foi apreendida. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou à época que a Polícia Civil investigava a morte da mulher de 25 anos. Tanto a autora do disparo quanto o PM foram presos em flagrante. A mulher pagou fiança de R$ 1.500 e, com isso, responderá em liberdade. Já o policial foi encaminhado ao Presídio Romão Gomes. Maria Eduarda Fardelone de Carvalho morreu após ser atingida por arma de PM disparada pela amiga no Guarujá — Foto: Reprodução/Grupo Mariano VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Mãe de jovem baleada por amiga não acredita em disparo acidental: ‘Perdemos o chão’
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