A Associação das Mulheres que trabalham no Vaticano tiveram, recentemente, o seu Jubileu, atravessando a Porta Santa da Basílica de São Pedro e assistindo à missa no Altar da Cátedra, celebrada pelo Diretor Espiritual, P. Federico Lombardi. Dulce Araújo – Vatican News Foi um dia chuvosos, mas mesmo assim, cerca de trezentas pessoas entre associadas e convidados, homens e mulheres, participaram na peregrinação jubilar da Associação das Mulheres que trabalham no Vaticano, D.VA. Foi na tarde de segunda-feira, 20 de janeiro. O cortejo partiu da Praça Pia, mesmo perto da Rádio Vaticano e, rezando em silêncio, e com a cruz, percorreu o corredor reservado aos peregrinos na Rua da Conciliação que leva à Praça e à Basílica de São Pedro, onde atravessaram a Porta Santa. Atravessando a Porta Santa No seio da Basílica detiveram-se nalguns pontos em oração, antes de chegaram ao Altar da Cátedra, mesmo sobre o túmulo de São Pedro, onde o antigo porta-voz da Santa Sé, P. Federico Lombardi, Diretor Espiritual de D.VA, celebrou a missa. Missa no Altar da Cátedra Jesus é a Porta para uma vida nova Na sua homilia, o sacerdote jesuíta, sublinhou a graça de poderem celebrar o jubileu precisamente ali sobre o túmulo de São Pedro, ponto de referência central da Igreja católica e da sua fé. E partindo das leituras do dia, de modo particular a Carta aos Hebreus, mostrou como já naqueles tempos o povo de Deus sabia que estava no pecado, que necessitava de se purificar e de alguém que o ajudasse a entrar de novo em relação com Deus. Enquanto naqueles tempos esse alguém era o sumo sacerdote, para os cristãos, é Jesus, gerado por Deus e, por Deus enviado a nós. Na sua vida terrena, Jesus vive até às últimas consequências, entre lágrimas e gritos de dor, a sua compaixão pela humanidade, frágil e sofredora. Quantos gritos e lágrimas afetam ainda hoje o mundo – exclamou o P. Federico Lombardi, evocando as violências insensatas e as guerras absurdas que angustiam o mundo e desafiam a nossa esperança no futuro da humanidade. Peregrinas no Juileu de D.VA Diversas formas de violência desafiam a nossa esperança E tratando-se duma peregrinação organizada por uma Associação de mulheres, o Diretor Espiritual de D.VA mencionou também as diversas formas de abuso, violência, falta de respeito, dignidade e fidelidade que ofendem as relações homem-mulher em todos os âmbitos da vida, da família, da educação, da Igreja e da sociedade. E mais uma vez sublinhou como a presença do mal na sociedade, desafia a nossa esperança. Mas, Jesus que padeceu as consequências do mal até à cruz, soube oferecê-las a Deus em oração e Ele é a Porta através da qual nos renovamos. N’Ele os nossos desesperos, a nossa tristeza, as nossas dúvidas e obscuridades podem encontrar uma resposta que não desilude. Nisto se apoia a nossa esperança para a qual olha a nossa peregrinação. Esperança num tempo novo, de viver cada vez mais no amor vivo e quotidiano, de confiança em Deus, para nós e para toda a humanidade – disse o P. Lombardi que concluiu a sua homilia com uma oração em que se pediu a Deus para continuar a acompanhar-nos na retomada do caminho quotidiano, a ter compaixão de todas as criaturas e a levá-las à salvação eterna. Peregrinar em favor de um mundo melhor Coro feminino animou a missa E pela força de difundir a mensagem de esperança do Grande Jubileu; para que saibamos ver o belo no mundo, não obstante os males; por uma maior atenção pelos últimos da sociedade; pelas relações entre jovens e idosos, rezou-se também na oração dos fiéis, que se concluiu com o pedido a Deus “para que cresça na Igreja e na sociedade o reconhecimento da dignidade da mulher, todas possam aceder livremente ao estudo e ao trabalho, sejam apoiadas na maternidade, respeitadas no seio da família e valorizadas em todos âmbitos sociais.” D.VA promete empenhar por um mundo mais harmonioso Suplica esta que foi precedida do compromisso da D.VA e das várias associações femininas presentes na missa “pela construção de um mundo em que homens e mulheres possam viver em harmonia, com iguais direitos e na reciprocidade.” A missa foi animada pelo coro feminino “Schola Cantorum Orbisophia” de Benevento (sul da Itália) dirigida pela ucraniana, Tetyana Shyshnyak, que foi muito apreciada. Aliás, todos os participantes exprimiram grande satisfações por esta iniciativa de D.VA, Associação formalizada em setembro de 2016, como recordou a atual Presidente, Margarida Romanelli, em entrevista ao programa “Radio Vaticana con voi” (15/1/2025) e que tem o objetivo de criar solidariedade entre as associadas. A Associação nasceu em 2016 para criar solidariedade entre as associadas “O nosso escopo é o de criar uma rede de conhecimento, de amizade e solidariedade entre todas as mulheres que trabalham no Vaticano a fim de promover um crescimento humano e profissional cada vez mais construtivo e frutuoso também no nosso ambiente de trabalho, onde passamos muito tempo da nossa vida. (…) uma rede para nos apoiarmos em relação a problemas que possam surgir, problemas materiais, mas também espirituais. Por isso nos reunimos para eventos, para conhecermos melhor os nossos lugares de trabalho, para cultivar a nossa adesão ao magistério da Igreja, para regenerar também a nossa esperança a nível pessoal e sermos testemunhas desta esperança também para outras irmãs e irmãos que encontramos na nossa vida.” A Presidente da Associação, Margherita Romanelli E quanto à ideia de Associação promover um jubileu para as associadas, Margarida Romanelli, justificou: “Porque consideramos que, para nós que estamos ao serviço do Papa e da Igreja, é uma graça e uma grande oportunidade para refletirmos e nos darmos conta de que também nós, somos chamados a peregrinar em direção a uma meta e que podemos, deste modo, juntos tornar a nossa página mais viva para nos reconciliarmos com nós mesmas, com os outros e muitos os aspetos da nossa vida que nos pesam. E isto juntas é mais fácil.” Algumas cabo-verdianas convidadas ao Jubileu de D.VA E à pergunta como é que D.VA se relaciona com outras mulheres que vivem situações diferentes, a Presidente da Associação de Mulheres que trabalham no Vaticano disse: “Estamos em rede com tantas outras associações femininas, como a União Mundial das Organizações Católicas Femininas (UMOFC) ou outras redes de mulheres vítimas de violência no território, e isto precisamente para que possamos também nós viver em solidariedade com tantas outras mulheres que no mundo passam por estas dificuldades ou com necessidade de acompanhamento recíproco e de apoio.” Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui