O município, que é o 13º maior do estado em população, conta com 77 startups. O levantamento foi realizado pelo Observatório Sebrae Startup. O estudo “Sebrae Startups Report São Paulo 2024” contou com dados da Plataforma Sebrae Startups, do Sistema de Atendimento do Sebrae-SP e do Censo 2023. Ao todo, foram analisadas 4.038 empresas. De acordo com Vitor dos Santos, consultor de negócios do Sebrae-SP, Piracicaba é a segunda cidade no estado com maior número de agtechs, startups ligadas ao agronegócio. Ele aponta que o segmento é marcado pelo agro na metrópole. Elas são, na maioria, deep techs, que são startups que trabalham com produtos decorrentes de descobertas científicas. “O principal motor para esse cenário foi a quantidade de pesquisas científicas desenvolvidas aqui. A Esalq [Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo] é muito antiga. Então, sempre teve muita pesquisa. Até que começaram a perceber que as pesquisas precisavam se tornar negócios”, explica o consultor de negócios do Sebrae-SP Vitor dos Santos. Segundo o consultor, nesse quesito, Piracicaba seguiu o conceito de “Tríplice Hélice”. O modelo une universidade, empresa e governo com intuito promover desenvolvimento social e econômico. A universidade produz conhecimento científico e profissionais capacitados. A indústria transforma as inovações em produtos. Já o governo atua como financiador dos projetos por meio de políticas públicas. Agtechs são as startups voltadas ao agronegócio — Foto: Brazil Beef Quality Investimento público fomenta criação de startups De todas as startups paulistas, cerca de 36% contam com fomento público para iniciar as atividades e impulsionar o crescimento, segundo o ‘Sebrae Startups Report São Paulo 2024’. É o maior índice de tipo de investimento seguido de investidor-anjo com 31%. O empresário Marcelo Coutinho teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), agência pública, para desenvolver o próprio estudo e transformá-lo em startup. O ano era 2016 e ele tinha acabado de terminar o doutorado na Esalq/USP. Na época, sonhava em ser professor universitário. “Quando eu terminei meu doutorado, em 2016, ninguém sabia o que era o termo startup. Mudou muito dos últimos anos para cá e foi a Fapesp que incentivou a gente […] Inicialmente, aprovamos quase 3 milhões de reais com a agência e abrimos a empresa. Claro, prestando conta de cada alfinete”, informa o empresário Marcelo Coutinho. A startup de Marcelo tem outro sócio e mais sete colaboradores. O principal produto da empresa é um sistema de classificação da qualidade de carne. Inspirado em outros modelos presentes nos Estados Unidos e na Australia, o sistema analisa e classifica a carne de acordo com a maciez, sabor e suculência. “São tecnologias que monitoram os fatores que afetam a qualidade da carne, como raça do animal, sexo, idade, nível de gordura, pH, marmoreio e outros. Além dessas informações voltarem para o produtor para ele entender o que ele está produzindo e para melhorar a produção, nós colocamos um selo na carne para informar o consumidor qual é a classe de qualidade do produto”, explica Marcelo. Perfil de startups no estado de São Paulo De acordo com o estudo ‘Sebrae Startups Report São Paulo 2024’, os principais segmentos atendidos pelas startups do estado de São Paulo são saúde e bem-estar (15,43%), tecnologia da informação (15,09%), educação (13,41%) e agronegócio (11,22%), indicando um crescimento desse setor. A cidade de São Paulo tem o maior número de startups do estado, somando 1670 empresas, seguida de Campinas (174), Ribeirão Preto (150), São José dos Campos (126), São Carlos (99), Sorocaba (87), Santos (85), São José do Rio Preto (83), Piracicaba (77) e Bauru (74). ARQUIVO: Evento de agronegócio volta a ser presencial e movimenta economia em Piracicaba
Impulsionada por agtechs, Piracicaba é listada no top 10 de ranking de startups em SP
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