Os demais pertences das vítimas continuam sendo recolhidos no local da queda, e não há prazo para finalização. Até a publicação desta reportagem, a força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) havia identificado 60 corpos; desses, 30 foram liberados às famílias. Imagem aérea mostra trabalho nesta quarta-feira (14) nos destroços do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP) e matou as 62 pessoas a bordo na última sexta (9) — Foto: Reprodução/EPTV Cronologia da tragédia A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 13h20.O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar.Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) informou que o “Salvaero” foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada em um condomínio. Como era o avião que caiu em Vinhedo — Foto: Arte g1 Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 da Voepass, é turboélice com 74 assentos. A aeronave é fabricada pela ATR, com sede na França, que é uma das maiores fabricantes de aviação do mundo. Ela estava com a documentação em dia e todos os tripulantes tinham habilitação válida. De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos. O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes. Escombros de avião em Vinhedo (SP) no sábado, dia 10 de agosto de 2024 — Foto: Nelson Almeida/AFP Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante): Número de assentos: 74Velocidade de cruzeiro: 511 km/hComprimento: 27 metrosEnvergadura: 27 metrosAltura: 7,65 metrosAutonomia de voo: 1.324 km O que diz a Voepass? O CEO da Voepass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, concedeu entrevista coletiva na noite de sexta (9) e afirmou que os pilotos eram experientes e os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem. “A Voepass Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação”. Já na terça-feira (13), no primeiro pronunciamento após a tragédia, o presidente da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, expressou solidariedade às famílias das vítimas e destacou que a empresa segue “as melhores práticas internacionais” de segurança. “Sou piloto há mais de 30 anos e hoje o comandante mais antigo dessa empresa. Vim de uma origem de transportadores e, desde que assumi a presidência dessa empresa em 2004, sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida dos nossos passageiros, assim como dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um”, disse. VÍDEOS: veja tudo sobre o acidente aéreo em Vinhedo