Uma demanda que surge no momento em que a sociedade atual se depara, na avaliação de Marcelo Veras, CEO do Ecossistema Inova, professor e especialista em tendências e inovação, com um salto tecnológico comparável com a revolução nuclear dos anos 1940/1950, “o qual as pessoas precisam se preparar”. “Uma ferramenta extremamente poderosa, mas que dependendo da mão que pega para usar pode fazer um estrago. A energia nuclear que leva prosperidade para um monte de lugar, produziu uma Hiroshima. […] Então assim ela vai ter que ser regulamentada”, defende Veras. A nova formação que une a base curricular formal do ensino médio com disciplinas para estudo e desenvolvimento da ferramenta oferece 40 vagas na metrópole. “A área de IA compreende práticas que objetivam a resolução e a generalização de problemas além da descoberta da produção de conhecimento por meio de estratégias que frequentemente simulam a capacidade e as habilidades do raciocínio humano”, explica o professor do Senac, Bruno Ferreira. 🛠️💻 IA generativa Veras explica que apesar da Inteligência Artificial ser o tema da vez, não é novo nem pode ser citado “para qualquer coisa”. O profissional defende que apesar das grandes potencialidades, a IA nada mais é que “uma ferramenta já utilizada ao menos há 50 anos”. “Aqueles sensores que deixam a porta do elevador aberta esperando a pessoa entrar e quando vê que não tem mais ninguém entrando ele fecha a porta. Isso é uma inteligência artificial, ainda que muito rudimentar”, explica. Entre os tais desenvolvimentos mais recentes, lembra da IA generativa que afirma estar deixando todos “encantados e assustados, porque ela trabalha com uma dimensão que era muito humana, a linguagem. Ela conversa com a gente agora.” Inteligência artificial: entenda como funciona novo curso técnico de nível médio inédito na região de Campinas — Foto: GETTY IMAGES 📚 Não basta apenas ensinar IA Uma vez apontado o potencial da tecnologia da IA, Veras defende que é preciso vê-la com mais naturalidade, mas ir além de um ensino focado na simples aplicação ou programação da ferramenta, é preciso de um letramento mais amplo. “Não basta conhecer tecnicamente, tem de ser acompanhada de outros letramentos, como das ciências humanas”, destaca Veras. O especialista lembra que parte do trabalho processual em muitas profissões, inclusive na área da programação, já pode ser realizado com a IA generativa, ainda assim, “no final do dia, ela serve para resolver problemas através de um forte processamento de dados”. “Tem uma galera que se empolga com um negócio e acha que agora qualquer problema que tiver na vida a IA vai resolver, isso é desconhecimento sobre o que é tratamento de dados”, adverte. Assim, o professor explica que uma formação especializada em IA não é garantia de emprego, pois acompanhando empresas de tecnologia, identificou que as vagas mais importantes são para sociólogos, antropólogos e psicólogos. “A superespecialidade da especialidade, então eu tenho medo de alguém ir para o mercado dizendo assim: ‘eu sei tudo sobre IA e nada, além disso’ […] esse frisson de achar que alguém que vai dominar IA vai resolver todos os problemas do mundo, vai ser disputado a tapa pelo mercado, eu tenho dúvidas”, finaliza. Inteligência artificial: entenda como funciona novo curso técnico de nível médio inédito na região de Campinas — Foto: Reprodução/EPTV 📡⚡ Técnico em Inteligência Artificial O curso técnico do Senac funciona na modalidade integrada, ou seja, além das matérias de formação tecnológica, também compreende a base curricular básica do Ensino Médio com as áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática. Incluindo projetos anuais conectando as disciplinas técnicas e normais. A instituição está com matrículas abertas para as turmas de 2025 e disponibilizará bolsas de estudo para metade das vagas disponíveis. Segundo o professor do Senac, o curso pretende apresentar ao aluno ferramentas para a criação de soluções tecnológicas utilizando algoritmos avançados e técnicas de aprendizado para criar sistemas inteligentes que otimizam processos e personalizam experiências em diversos setores. “Ao final de cada ano os estudantes, eles podem receber certificações intermediárias ao concluir o terceiro ano, além dessas certificações intermediárias, né também ele receberá um diploma de ensino médio e técnico”, explica o professor do Senac Bruno Henrique de Paula Ferreira Primeiro ano: qualificação profissional técnica de assistente e gestão de dados;Segundo ano: qualificação profissional técnica de assistente em Business Intelligence;Terceiro ano: qualificação profissional técnica de assistente em desenvolvimento e implementação de IA. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região
IA ‘ganha’ curso técnico inédito, e especialista compara salto tecnológico com revolução nuclear: ‘As pessoas precisam se preparar’
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