IA e nuvem embalam resultados de Microsoft, Google, Nvidia e Amazon

IA e nuvem embalam resultados de Microsoft, Google, Nvidia e Amazon

Os negócios envolvendo inteligência artificial continuam a ditar mais a performance das big techs do que o cenário macroeconômico desfavorável, de juros altos nos Estados Unidos, segundo analistas ouvidos pela Folha. Microsoft, Google, Meta e Amazon apresentaram no fim do mês passado resultados melhores do que o esperado. Nesta quinta-feira (2), o balanço da Apple apontou vendas menores, mas as ações da companhia ficaram estáveis por citar no documento parcerias em IA. Entre as big techs, quem oferece inteligência artificial numa ponta e computação em nuvem na outra tem conquistado a confiança do mercado e mantido a tendência de alta, mostram os balanços de fim de abril e início de maio. Ordenados por valor de mercado, Microsoft, Nvidia, Google e Amazon conseguem lucrar com toda a cadeia produtiva da inteligência artificial, uma vez que vendem soluções e o poder computacional para colocá-las em ação. Empresa mais valiosa do mundo até o ano passado, a Apple apresentou queda nas vendas neste primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado financeiro esperava a baixa e já havia subtraído do valor das ações da fabricante do iPhone nos últimos dias. A gigante dos smartphones e computadores perdeu espaço na China, com o retorno da Huawei à competição, e a retomada da Samsung na liderança do mercado de dispositivos móveis. Os papéis da fabricante do iPhone, entretanto, apresentaram alta nesta semana, sob influência de acordos anunciados pela Apple com Google e OpenAI para adicionar inteligência artificial aos seus dispositivos. Esses recursos já estão disponíveis nos aparelhos dos principais concorrentes da Apple —Samsung e Huawei. Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. A Meta, dona do Facebook e do Instagram, por outro lado, mostrou que não basta acrescentar inteligência artificial aos produtos. “Os investidores querem saber como a empresa vai capitalizar com esses investimentos”, diz Matheus Popst, sócio da Arbor Capital. Os atores do mercado financeiro indicaram preocupação com a disposição de Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, que anunciou em chamada com investidores que a empresa teria que “aumentar muito” o gasto com chips da Nvidia, antes de ver lucros com a tecnologia. A fala foi acompanhada de uma revisão para baixo no lucro projetado pela empresa para o próximo trimestre. A empresa vinha de receitas fortes com publicidades, acompanhadas de baixa nos custos após demissões no ano passado. As ações da Meta se desvalorizaram em 13% no dia 14 de abril. O anúncio da plataforma de inteligência artificial MetaAI em Instagram, Facebook e WhatsApp não pareceu inibir o desânimo. Em contrapartida, o papel da Nvidia subiu 3% com o indício de alta ainda maior na demanda por poder computacional. A fabricante de chips divulga seus resultados apenas no próximo dia 22. A empresa revisou para cima em fevereiro a expectativa de lucro para o primeiro trimestre, após anunciar receita recorde para 2023. Em conversa com a Folha, o diretor da Nvidia para América Latina, Marcio Aguiar, afirmou que a alta procura faz compradores esperarem até sete meses para receberem as unidades de processamento gráficas mais potentes da empresa, essenciais para criar novas inteligências artificiais. Essa situação se mantém desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022. A Microsoft, ainda a empresa mais valiosa em negociação na Bolsa, aumentou suas receitas em 31% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2023. Os serviços de inteligência artificial representam sozinhos 7%. A Amazon apresentou desempenho similar e viu seus papéis também se valorizarem. A novidade é a volta do Google à competição de quem lidera o setor da inteligência artificial. Após anúncios do novo modelo de IA Gemini e de incremento de inteligência artificial em produtos tradicionais da empresa, o gigante das buscas mostrou resultados fortes no primeiro trimestre e ainda anunciou o primeiro dividendo. No dia 25 de abril, as ações da empresa se valorizaram 12% e a catapultaram pela primeira vez a uma marca acima dos US$ 2 trilhões de valor de mercado. De acordo com o analista-chefe da Investing.com, Thomas Monteiro, o Google distribuiu dividendos em um momento cronometrado para atrair investimentos e crucial para o desenvolvimento de inteligências artificiais. “Os dividendos e recompras anunciados pela Alphabet, holding proprietária do Google, são um sopro de ar fresco para o mercado de tecnologia como um todo e uma estratégia muito inteligente para o gigante dos mecanismos de busca entrar em uma época difícil do ano, com os juros altos.” Fortes resultados na venda de anúncios também indicam que o ChatGPT não diminuiu o ímpeto das pessoas por fazerem buscas no Google. O número de pesquisas, na verdade, aumentou, e a empresa tem oferecido novidades como a entrega de resumos gerados por IA como resposta.

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