A declaração de Naim Kassem, o vice-comandante do grupo extremista, ocorre em um momento de escalada das tensões entre o Hezbollah e Israel que redefiniu os rumos da guerra na Faixa de Gaza e fez o Exército israelense tirar tropas de Gaza e redirecioná-las no norte, onde o grupo extremista atua. “Admitimos que estamos feridos. Somos seres humanos. Mas assim como nós estamos feridos, vocês também ficarão”, disse Kassem em recado a Israel durante o funeral de um dos chefes de operações militares do Hezbollah, Ibrahim Akil. “Nós ressurgimos com força, e isso ficará evidente nos próximos meses. Sua economia ficará destruída, e você não alcançará seus objetivos”, disse o vice-comandante, também referindo-se ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, eu prometo que entenderá”, declarou, em pronunciamento. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, Hezbollah tem intensificado ataques com foguetes no norte de Israel em apoio aos terroristas do Hamas, que atuam em Gaza, ao sul de Israel. Mas nem o grupo extremista, que atua no Líbano, nem o Exército israelense haviam falado em uma guerra direta. Também como o Hamas, o grupo extremista foi fundado como um partido político, que ainda tem presença no Parlamento libanês, mas também tem um braço armado, que se dedica quase exclusivamente a combater tropas israelenses no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano. Foguetes em Haifa Domo de Ferro israelense intercepta no norte de Israel mísseis do Hezbollah lançados do Líbano em 22 de setembro de 2024. — Foto: AP Photo/Baz Ratner Mais cedo, o grupo extremista libanês Hezbollah disparou cerca de 150 mísseis contra o norte de Israel. Em resposta, o Exército israelense realizou bombardeios em alvos do Hezbollah no sul do Líbano. Os foguetes do Hezbollah atingiram uma área mais interna do norte de Israel, distante de onde os ataques têm ocorrido. Os arredores de Haifa, uma das maiores cidades do país, foram atingidos, e quatro pessoas ficaram feridas, segundo autoridades locais. O Exército israelense afirmou que os foguetes foram disparados “em direção a áreas civis”, apontando para uma possível escalada, já que os ataques anteriores tinham como alvo principal instalações militares. O Hezbollah disse em comunicado no Telegram que “bombardeou complexos de indústrias militares da empresa Rafael, especializada em meios e equipamentos eletrônicos, localizada ao norte da cidade de Haifa, com dezenas de mísseis do tipo Fadi 1, Fadi 2 e Katyusha.” Israel cancelou as aulas em todo o norte — domingos são considerados dias úteis no país, intensificando a sensação de crise. Haifa é a terceira maior cidade de Israel e possui uma usina nuclear nos seus arredores. As regiões perto da cidade abrigam bases militares israelenses. Desde a escalada dos conflitos com o Hezbollah, milhares de isralenses que vivem no norte tiveram de deixar suas casas, e o governo israelense prometeu que fará de tudo para que elas possam retornar. Mas a declaração de guerra por parte do Hezbollah complica a promessa de Israel a seus cidadãos. No sábado, o Exército israelense afirmou ter feito uma série onda de ataques no sul do Líbano, onde o Hezbollah atua, atingindo cerca de 400 alvos militares do grupo extremista. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Galant, disse neste domingo que o Hezbollah “está começando a sentir o gosto da capacidade militar israelense” e afirmou que continuará a operação contra o grupo extremista até o norte do país estar seguro. Na sexta (20), o Exército israelense realizou o maior bombardeio em Beirute, capital do Líbano, desde o início da guerra na Faixa de Gaza –travada entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Em resposta, o Hezbollah disparou cerca de 150 mísseis contra o território israelense. O bombardeio israelense em Beirute deixou 37 mortos e matou um comandante de operações militares do grupo. Forças de segurança israelenses examinam local atingido por foguete disparado do Líbano em Kiryat Bialik, no norte de Israel, em 22 de setembro de 2024. — Foto: AP Photo/Ariel Schalit
Hezbollah declara ‘guerra indefinida’ a Israel
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