Heloisa Périssé lembra tratamento contra o câncer: ‘Comecei a berrar: Não aguento mais!’

Heloisa Périssé lembra tratamento contra o câncer: ‘Comecei a berrar: Não aguento mais!’

Rio de Janeiro

Uma “bolinha” na boca foi o sinal de que havia algo estranho com a saúde de Heloisa Périssé. Ao retirá-la e enviar o material para análise clínica, veio o baque —era um câncer nas glândulas salivares. Havia 30 linfonodos [nódulos] na região, que precisaram ser removidos em uma cirurgia de nove horas de duração.

A atriz em seguida enfrentou sessões simultâneas de quimioterapia e radioterapia. “Na segunda semana, comecei a berrar: ‘Quero a minha vida! Não aguento mais!’”, contou Heloisa —Lolô, para os íntimos—, em entrevista à revista Ela. A vida? Voltou ao normal (ela considera que pode estar até melhor) após o fim do tratamento, em 2019. “É a minha cura, glória a Deus, em nome de Jesus! Fiz exames durante todo esse período e, quando passam cinco anos, (os médicos) dizem que estamos ‘ok’.”

Para comemorar a data, está lançando “Cheia de graça”, com noite de autógrafos na próxima terça-feira (15), no Rio (em São Paulo foi no último dia 9). Ela conta que o livro não se trata de uma autobiografia, “mas um olhar de que certas coisas você escolhe, enquanto outras, a vida escolhe para você”.

Ela lembra então do dia em que entrou no [Hospital] Sírio-Libanês. “Vi escrito ‘Oncologia’, e pensei: ‘O Senhor está me jogando num mundo diametralmente oposto ao meu. Venho do lúdico, da brincadeira. Aqui não tem isso. Mas Deus quer que eu visite esse lugar’.

Deus está bastante presente em seu discurso, desde sempre. Heloisa hoje se denomina cristã e diz não ter religião, mas conta que nasceu católica e foi batizada mórmon aos 9 anos. Depois, frequentou filosofias orientais e o espiritismo e, em 1999, se batizou evangélica.

Questionada sobre os debates acerca do casamento gay, ela diz seguir o que Cristo disse: “Não julgueis para que não seja julgado; a relação das pessoas com suas religiões e vidas é particular”.

Sobre o aborto, ela afirma não desejar que nenhuma mulher passe por isso.

“Mas tem a ver com a liberdade de definir algo que aconteceu com você. No caso de mulheres violentadas, não foi uma opção delas aquele filho. Não podemos nos fazer de cegos. Já que o aborto será feito, precisa ser oferecido igualmente para todas as pessoas, de forma segura.”

Casada há 22 anos com o roteirista e diretor Mauro Farias, a atriz conta que, neste tempo, tiveram um relacionamento “de vai e volta”, até se encaixarem. “Nunca vivemos a hipocrisia. O segredo é manter a relação sempre muito cuidada” —e a libido em dia. “O sexo é uma prática, assim como o exercício físico. Não pode deixar morrer.”

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