No mesmo local onde o resgate foi feito, em Nuseirat, no centro do território palestino, 210 palestinos também morreram durante incursões feitas pelo Exército israelense. Um soldado israelense também foi morto durante a operação de resgate, que libertou neste sábado, com vida, quatro reféns que estavam sob poder do Hamas havia oito meses. O Hamas não havia informado, até a última atualização desta reportagem, se as mortes dos palestinos estão diretamente relacionadas à operação de resgate. No entanto, em um comunicado, as brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, relacionou a libertação dos reféns a “massacres horríveis”. “Israel, ao cometer massacres horríveis, conseguiu libertar alguns dos seus reféns, mas matou outros durante a operação”, disse o porta-voz das brigadas Al-Qassam, Abu Ubaida. O grupo terrorista, no entanto, não afirmou quantos reféns teriam morrido e nem os identificou. Também não informou de que forma eles teriam morrido — o Exército de Israel disse que o resgate foi feito sob intensa troca de tiros. Ainda há cerca de 130 pessoas, entre os sequestrados pelo Hamas na invasão a Israel em 7 de outubro, sob poder do grupo. O campo de refugiados de Nuseirat, onde o resgate foi feito, é uma das regiões mais populosas da Faixa de Gaza, e abriga famílias de palestinos que foram retiradas de territórios após a criação do Estado de Israel, em 1948. O governo de Israel não havia comentado a afirmação do Hamas de que outros reféns foram mortos até a última atualização desta reportagem. Já o vice-chefe da Jihad Islâmica palestina, Mohammad Al-Hindi, afirmou que a operação de Israel deste sábado não afetará as negociações para um acordo de cessar-fogo que estão em andamento entre o governo israelense e o Hamas. Reféns libertados Imagem dos quatro reféns do Hamas resgatados pelo Exército de Israel em 8 de junho de 2024. — Foto: Forças Armadas de Israel Uma das resgatadas é a israelense Noa Argamani, de 26 anos, que apareceu em um vídeo sendo separada de seu namorado e levada em moto por terroristas durante o festival de música eletrônica atacado pelo Hamas em 7 de outubro (veja vídeo abaixo). Os outros três resgatados são Almog Meir, de 21 anos, Andrey Kozlov, de 27 anos, e Shlomi Ziv, de 40 anos. Em comunicado, as Forças Armadas israelenses afirmaram que os quatro estão “em bom estado de saúde”, mas foram levados a um hospital em Israel para exames, onde também reencontraram parentes. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também foi ao hospital cumprimentar os reféns. Vídeo mostra israelense sendo sequestrada Resgate A israelense Noa Argamani, de 26 anos, no hospital com seu pai depois de ser libertada em 8 de junho de 2024; ela foi uma das sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro — Foto: Forças Armadas de Israel A operação para resgatar os sequestrados foi “complexa e difícil”, segundo o porta-voz do Exército israelense, Daniel Haagari. E terminou com a morte de um soldado israelense e 93 palestinos, segundo os dois lados. Os quatro reféns, de acordo com Israel, estavam em dois cativeiros separados no centro de Nuseirat, um campo de refugiados palestinos no centro da Faixa de Gaza. Segundo Haagari, houve intensa troca de tiros durante a operação de resgate, que foi planejada durante semanas. “Foi uma missão de alto risco, conduzida sob a luz do dia. Estávamos sob fogo cruzado durante o todo o resgate, inclusive dentro dos prédios”, disse Haagari. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo, afirmou 93 pessoas morreram em Nuseirat e outras áreas no centro da Faixa de Gaza neste sábado durante a operação. Em um comunicado, o Hamas afirmou que a libertação dos quatro reféns “é um sinal de fracasso, não uma conquista” — o grupo terrorista e o governo de Israel não está conseguindo chegar a um consenso para um acordo de cessar-fogo e libertação de todos os reféns. Cerca de 130 reféns sequestrados durante a invasão do grupo ao sul de Israel em 7 de outubro permanecem sob poder dos terroristas. Noa Argamani, sequestrada no festival Nova em 7 de outubro, foi resgatada pelas FDI Aniversário sob cativeiro Noa Argamani, uma das quatro reféns resgatadas na Faixa de Gaza. — Foto: Reprodução/Twitter A mãe da jovem, a chinesa Liora Argamani, disse sofrer uma doença terminal e apelou aos terroristas que a deixassem ver sua filha antes de morre. O primeiro-ministro israelenses, Benjamin Netanyahu, chegou a pedir ajuda ao governo da China para pressionar o Hamas pela sua libertação. No dia seguinte, em um novo vídeo, os terroristas exibiram uma nova gravação de Noa Argamani, dizendo que os outros dois reféns haviam sido mortos por ataques israelenses em Gaza. Hamas divulga vídeo de três reféns