O avião deve chegar ao Brasil no sábado (5), às 8h, via aeroporto de Guarulhos. O território libanês tem sido alvo de ataques israelenses em uma ofensiva do país liderado por Benjamin Netanyahu contra o grupo extremista Hezbollah. O avião que vai resgatar brasileiros no Líbano pousou na manhã desta quarta-feira em Lisboa, Portugal — Foto: Divulgação/FAB O avião decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quarta-feira (2) e chegou a Portugal na manhã do mesmo dia. A previsão é que, neste primeiro voo, 220 brasileiros sejam retirados do território libanês, afetado pelo conflito entre Israel e o Hezbollah. A prioridade será para idosos, mulheres, crianças e pessoas com necessidade de assistência médica. “Primeiros brasileiros não residentes, depois brasileiros residentes. E, dentro dessas categorias, são estabelecidos por lei, idosos, gestantes, crianças, pessoas com deficiência e doentes de toda forma”, explicou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Chanceler Mauro Vieira no Itamaraty — Foto: Reprodução O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, disse que o Brasil tem capacidade para buscar 500 pessoas por semana no Líbano. “Só pousaram no Líbano 4 países. Seríamos o 7º país a pousar lá. Quiçá, com a aeronave que trará mais pessoas em cada voo. Então essa é a nossa expectativa, uma média de 500 pessoas/semana, conseguimos suportar bem”, afirmou o comandante. Na noite desta quinta (horário do Líbano), Israel bombardeou as proximidades do aeroporto de Beirute. Mauro Vieira foi questionado por jornalistas sobre a segurança para o pouso do avião da FAB. “O que eu queria dizer é que as garantias serão dadas pelas autoridades legais. Se houver algum episódio que não permita a aterrissagem claro que será adiado. Isso será resultado dos constantes encontros, reuniões e consultas com autoridades”, disse o ministro. Num primeiro momento, os representantes do Itamaraty estão insistindo para que tentem embarcar em voo comercial todos aqueles que têm capacidade financeira. Quem não puder sair por conta própria, deve entrar na lista de repatriados do governo brasileiro. A decisão por uma missão oficial foi tomada após uma conversa do presidente Lula e do chanceler Mauro Vieira, no México, onde eles estavam no início desta semana para acompanhar a posse da nova presidente Claudia Sheinbaum. A embaixada em Beirute está fazendo consultas desde terça-feira da semana passada e a procura tem aumentado dia após dia. Em paralelo a isso, estão sendo montadas listas com as pessoas que devem deixar o país com a ajuda oficial. Segundo fonte do Itamaraty, os números tendem a oscilar porque algumas famílias desistem, outras conseguem sair por conta própria e outras podem entrar na lista em decorrência do aumento dos riscos. Em 2006, última grande crise militar entre Israel e Hezbollah, cerca de 3 mil brasileiros deixaram o Líbano. Conflito armado Avião para resgatar brasileiros no Líbano só aguarda autorização O Líbano tem sido alvo de bombardeios aéreos do Israel, que mira alvos do grupo extremista Hezbollah em território libanês. Os ataques têm atingido também civis, e dois cidadãos brasileiros já morreram desde a intensificação dos ataques a partir do dia 20 de setembro. Nesta segunda (30), houve registro de invasão por terra. Mauro Vieira levou a Lula elementos da situação em Beirute, capital do Líbano, e das conversas que teve em Nova York. No sábado (28), o chanceler do Brasil se reuniu com o chanceler do Líbano, Abdallah Rashid Bou Habib. Os dois avaliaram o atual momento do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah e discutiram as chances de uma repatriação de brasileiros no país. Desde a segunda-feira passada (23), o Itamaraty discute a necessidade de uma operação de repatriação. O grande ponto era a opção por qual rota seria usada para o resgate. Além do uso do próprio aeroporto de Beirute, que até o momento continua aberto, o governo brasileiro também mapeia a possibilidade de usar bases aéreas operadas pela Rússia dentro do território da Síria. Há duas mais próximas da fronteira com o Líbano: em Hmeymim, ao norte do Líbano e em Shayrat, a noroeste do Líbano. Não está descartada uma outra opção, tida como mais complexa. A retirada dos brasileiros pelo Chipre.