Nessa modalidade, estelionatários se disfarçam de motoboys e simulam a entrega para obter dados pessoais e foto das vítimas, permitindo o acesso a contas para realizar compras e empréstimos. A ação é tão elaborada, que nas falsas encomendas os criminosos simulam embalagens de empresas e aplicativos da área. Posso tirar uma foto? A aposentada Maria de Fátima conta que estava em casa, na cidade de Valinhos, quando foi chamada ao portão para receber ‘presente de uma amiga’. Imediatamente, ela conta que estranhou e tentou recusar o produto, mas a insistência do motociclista fez com que acabasse cedendo – o golpista alegou que pagaria pela entrega voltasse com ela. Com a falsa entrega nas mãos da vítima, a única coisa que o golpista pediu foi para que Maria o deixasse tirar uma foto dela, para que ele pudesse mostrar à amiga que ela tinha ficado alegre com o presente. Maria de Fátima teve prejuízo de R$ 40 mil após golpe da falsa encomenda. — Foto: Reprodução/EPTV Com o retrato, os estelionatários conseguiram destravar o reconhecimento facial, e ter acesso a conta do banco da vítima. Entre saques e empréstimos, um prejuízo de R$ 40 mil. Parte do dinheiro estava sendo guardado para a compra de uma cama nova. “Eu estava guardando esses R$ 5 mil para comprar uma cama, uma porta e um liquidificador, que o meu queimou. E o meu colchão está horrível. Eu estava guardando para ir na loja, e comprar à vista”, contou Dona Maria. Cirinei Elza foi vítima do ‘golpe da falsa entrega’, e teve prejuízo de R$ 22 mil. — Foto: Reprodução/EPTV Assim como Maria de Fátima, a aposentada Cirinei Elza também sofreu prejuízo após receber um ‘presente’ que ganhou em um sorteio – que nunca se inscreveu -, e deixar o entregador a fotografar. “Quando eu peguei o presente, ele já estava com o celular na mão, e ele falou: ‘Só vou tirar uma fotinha da senhora, viu?’. E tirou a foto.”, descreve. Com o acesso à sua conta bancária liberada, via Pix, os criminosos conseguiram fazer a transferência de R$ 22 mil. Tanto o caso da Maria de Fátima, quanto o caso da Cirinei Elza, foram denunciados à Delegacia de Valinhos. ‘O cartão não passou’ Aline sofreu o ‘golpe do falso entregador’ ao pagar taxa de entrega repetidamente. — Foto: Reprodução/EPTV O golpe da falsa encomenda já foi registrado com outros estratégias. Aline Martins, farmacêutica de Indaiatuba (SP), foi chamada por um entregador para receber uma cesta de chocolates. Contudo, o remetente havia deixado de pagar R$ 4 da entrega, que poderiam ser pagos com um cartão de débito. Aline tentou passar o seu cartão quatro vezes, mas todas o motoboy alegava de havia dado um erro. Após a quarta tentativa, o entregador disse a ela que iria buscar uma outra máquina. Ao entrar em casa, viu notificações de pagamentos em seu aplicativo do banco, e percebeu que todas as vezes que passou o cartão, foi descontado um valor diferente. “No final, ele falou: ‘Vou buscar outra maquininha, porque o seu cartão não passou mesmo, deu um erro’. Na hora que entrei no meu celular, estava constando quatro compras efetuadas. Uma no valor de R$ 900, outra de R$ 950, outra de R$ 1 mil, e outra de R$ 1,5 mil”, relata a farmacêutica. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região
Golpe da falsa entrega faz pelo menos 20 vítimas em Valinhos; saiba como criminosos agem
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