Famílias das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo recebem apoio psicológico

Famílias das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo recebem apoio psicológico

A diarista Rosemeire dos Santos estava preocupada com a volta da filha. Pressentia algo ruim desde que ela mandou a última mensagem para o grupo da família. “E essa mensagem ela falou ‘mãe, meu, duas horas de voo, vamos chegar com chuva. Que medo desse voo, juro. O avião velho, tem uma poltrona quebrada. Juro, que caos'”, relatou Rosemeire. Para acalmar a filha, Rosemeire pediu que ela lesse um salmo da Bíblia. Mas quando viu na televisão a notícia de que um avião havia caído, não teve dúvidas. “Eu entrei em desespero, comecei a correr dentro de casa gritando”, contou Rosemeire. Rosana tinha 23 anos e era a principal fonte de renda da família. “Ela tinha era para mim, para o meu marido, para as minhas meninas. Ela só pensava em nós. O dinheiro dela era para ajudar em casa, fazer compras dentro de casa”, lamentou. Rosana trabalhava em um escritório dentro da casa dela. Ela só deixava de atuar nesse local uma vez a cada dois meses, justamente para participar de reuniões na empresa de agronegócio para quem ela prestava o serviço de análise e desenvolvimento de sistema, em Toledo, no Paraná. Foi voltando de uma dessas reuniões que ela se tornou uma das vítimas da tragédia em Vinhedo. Rosemeire dos Santos, mãe de uma das vítimas do voo VoePass, que caiu em Vinhedo em 9 de agosto de 2024. — Foto: Reprodução/Jornal Nacional Miriam Thé Maia, que mora no Rio Grande do Norte, perdeu o irmão no acidente. “Um marido exemplar, um filho espetacular, um irmão e tio que eu não sei nem abarcar como, ele era gente, gente da gente”, disse Miriam. Constantino Thé Maia tinha 50 anos e era representante comercial. Ele não estava na primeira lista de passageiros divulgada pela companhia aérea, mas a confirmação chegou neste sábado (10). Em nota, a VoePass disse que houve uma questão técnica referente às validações de check-in e contagem de passageiros. E que confirmou a informação somente quando não tinha dúvida. “E quando saiu a lista oficial, que o nome dele não estava, então nos trouxe uma nova esperança e uma possiblidade de qualquer coisa. E hoje de manhã saiu o pronunciamento oficial da VoePass dizendo que de fato ele estava e que tinha sido um erro na hora do check-in, enfim. Esse lapso temporal foi terrível, porque era muita angústia, muito desespero”, lamentou Renata Thé Maia, sobrinha de Constantino. A maioria dos passageiros era de outros estados. As famílias que vieram fazer o reconhecimento dos corpos estão em um hotel na região central de São Paulo e recebem apoio psicológico e jurídico. O IML central está dedicado exclusivamente à identificação das vítimas. “Aqui vai ser um serviço 24 horas de trabalho para os familiares das vítimas. Então esse fluxo vai continuar ocorrendo à tarde, à noite, o tempo que for necessário e preciso para a resolução desse problema”, disse o capitão Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil de São Paulo.

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