E esses animais podem ser vistos de forma gratuita na 43ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe, que acontece entre os dias 3 e 8 de julho, em Indaiatuba (SP). A exposição reúne criadores de vários países, e atrai inclusive xeiques árabes, que trazem cavalos para disputar provas em seis modalidades diferentes na Copa Brasil e na etapa sul-americana da Emirates Arabian Horse Global Cup. Para conhecer um pouco mais sobre a raça e como funciona o evento, o g1 conversou com Francisco Carrasco, presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA) e um dos organizadores do evento. 👀 O que ver nessa matéria Entre as provas da exposição há a dos trajes típicos, odne os cavaleiros e cavalos vestem vestimentas tradicionais — Foto: Divulgação 💰 De 20 a 500 mil… dólares O presidente da associação comenta que o valor dos cavalos árabes pode variar bastante e alguns ultrapassam os 500 mil dólares (cerca de R$ 2,7 milhões), caso sejam vencedores de exposições e torneios. Mas é possível encontrar exemplares a partir de US$ 20 mil. Para manter um animal desse porte, principalmente se o objetivo for participar de eventos e competições, é comum gastar, em média, R$ 3 mil por mês com o cavalo. Gasto que vai principalmente em alimentação com rações especiais, alfafa e feno, mas também atenção para a higiene com xampus e condicionadores, além de cocheiras amplas para não estressar o animal. “Eles são muito bem tratados. É que nem um atleta, se não tiver condição, não vai conseguir fazer nada”, afirma Carrasco. O valor dos cavalos árabes pode variar bastante e alguns ultrapassam os 500 mil dólares — Foto: Divulgação 🌄 Origem Carrasco explica que o nome não engana: os cavalos árabes têm origem na península arábica. A raça teria surgido há mais de 3 mil anos e se espalhou pelo Ocidente, principalmente na época expansão árabe no século VIII. Fato que contribuiu para disseminar o gene e sendo uma das únicas raças modernas que podem ser considerados primárias – a linhagem do cavalo árabe pode ser encontrada em outras raças. “Os cavalos eram utilizados pelos beduínos que precisavam atravessar longas distâncias do deserto praticamente sem água. Às vezes, passava o dia inteiro e só iria beber água no dia seguinte durante a noite”, conta. Essa característica de resistência é a que mais se sobressai e faz com que os cavalos desta raça participem de provas que apenas eles estão aptos a participar. Segundo Carrasco, quando a distância passa de 80 km, “a predominância do cavalo árabe é total”. “Hoje em dia é a única raça de cavalo que faz aquelas provas de Enduros de 100 milhas, aqui [no Brasil] tem as [prova] de 160 km, é a única raça que consegue fazer essas provas […] e o recorde mundial é cruzar essa distância em 6h40.” Tais provas são feitas em um único dia, como uma corrida contra o tempo – quem fizer mais rápido, vence. O presidente da associação explica que funciona de uma forma semelhante ao rali de veículos, em que os cavalos devem descansar de trechos em trechos pré-estabelecidos, mas tudo acontece em apenas um dia. Nestas paradas, o tempo é paralisado e só retomado quando o cavaleiro voltar ao percurso. Além disso, explica Francisco, durante esses descanso os animais passam por checagens feitas por veterinários em pontos de apoio com água. Cavalos Árabes têm origem na península arábica a mais de 3 mil anos e se espalharam pelo ocidente principalmente na época expansão árabe no século VIII — Foto: Divulgação 🐴 Criação no Brasil Segundo Carrasco, isso ocorreu a partir de um investimento realizado nos anos 1980 e início dos 1990, de importação de cavalos vindos principalmente dos Estados Unidos e Europa. “Nós temos cavalos ganhando exposições nos Estados Unidos, na Europa, nos países árabes, até na Austrália. Então a gente tem uma criação muito bem cotada”, afirma. O presidente da associação conta que cerca de 80% da criação de cavalos árabes no Brasil se concentra nas cidades das regiões de Campinas e Sorocaba. “Grande parte da criação de cavalo árabe vem daqui. Nós temos os grandes criadores em Indaiatuba, Monte Mor, Jaguariúna. Então pega o cinturão de Campinas até Sorocaba, Tatuí, Araçoiaba”. Muitos destes cavalos participam de eventos e são premiados mundialmente, sendo vendidos para diversos países, inclusive para os árabes, que nos últimos anos estão investindo na raça como iniciativa de recuperar o animal que já foi historicamente importante, um dos três grandes símbolos da região, junto aos camelos e falcões. “Eles voltaram a criar e compraram animais do mundo inteiro. Até que hoje a criação de cavalos árabes na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes são das melhores do mundo”, explica Carrasco. Cerca de 80% da criação de cavalos Árabes no Brasil se concentra nas cidades da região de Campinas e Sorocaba — Foto: Divulgação 🐎 Evento em Indaiatuba A ABCCA que completa 60 anos em 2024, passou a fazer a exposição nacional em Indaiatuba desde 2010. De acordo com Carrasco, a localidade favorece pela proximidade com São Paulo e do Aeroporto Internacional de Viracopos. Conformação: procura-se encontrar o animal mais próximo “do perfeito” – Carrasco explica que é tipo um “concurso de miss”, dividido em categorias por idades e sexo;Performance: refletem estilos de montaria e são divididas em Hunter Pleasure, Western Pleasure, English Pleasure;Traje Típico: com cavaleiros em vestimentas tradicionais;Prova em Liberdade: onde os cavalos são avaliados sem cavaleiro. O evento reúne provas de duas competições, a Copa Brasil e a etapa sul-americana da Emirates Arabian Horse Global Cup, com disputa entre animais nascidos no Brasil e prêmios de até R$ 320 mil. 📝 Serviço 43ª edição da Exposição Nacional do Cavalo Árabe Data: 3 a 8 de julhoLocal: Helvetia Riding Center Endereço: Estrada Municipal 2 – 13.337-300 – Indaiatuba/SP. Mais informações: pelo site *Sob supervisão de Fernando Evans VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Exposição de cavalos árabes atrai até xeiques ao interior de SP: conhecido pela resistência, animal pode valer milhões
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