Etiópia. Irmãs Missionárias da Consolata celebram 100 anos de presença no País

Etiópia. Irmãs Missionárias da Consolata celebram 100 anos de presença no País

As Irmãs Missionárias da Consolata, presentes na Etiópia desde 1924, celebraram no domingo, 16, o seu centenário no país do Corno de África. 100 anos de uma presença evangelizadora e de uma missão de consolação que realiza o sonho do seu fundador, o Beato José Allamano: “anunciar o Evangelho a todos os povos que ainda não conhecem Jesus, a sua consolação e a sua salvação”. Christian Kombe, SJ – Addis Abeba As Irmãs Missionárias da Consolata celebraram no domingo 100 anos de presença na Etiópia. A Missa solene de ação de graças que comemorou este jubileu foi presidida pelo Cardeal Berhaneyesus Souraphiel, Arcebispo Metropolita de Addis Abeba. A história etíope desta Congregação foi interrompida pela eclosão da Segunda Guerra Mundial e pelo conflito ítalo-etíope. Expulsas durante este período, as religiosas da Consolata puderam regressar ao País em 1974, retomando o seu serviço de educação e promoção humana, na pastoral dos doentes, das mulheres e dos jovens. A Irmã Stephania Raspo, conselheira e membro da direção geral da Congregação, e a Irmã Getenesh Woldeamlack, formadora e superiora da comunidade de Addis Abeba, falaram à Rádio Vaticano – Vatican News. Sonho do fundador: levar aos povos a consolação e salvação de Jesus À pergunta sobre qual foi o apelo para que as Irmãs viessem África, e se houve alguma necessidade particular que as levou a escolher África, e a Etiópia em particular, a Irmã Stephania sublinhou: “A Etiópia era o sonho do nosso fundador, o Beato José Allamano. Ele sonhava com este primeiro anúncio do Evangelho a todos os povos que ainda não conheciam Jesus, a sua consolação e a sua salvação.  Desde que conheceu o Cardeal Massaia, um Frade Capuchinho que tinha evangelizado uma região aqui na Etiópia, o Beato Allamano tinha alimentado desde a sua juventude este grande desejo de continuar esta obra de evangelização. No entanto, não nos foi possível entrar imediatamente na Etiópia. Em 1913, o Instituto estabeleceu-se no Quénia, e daí conseguiu finalmente chegar à Etiópia em 1924. A razão pela qual nos estabelecemos em África foi precisamente este desejo de poder dar a conhecer Jesus àqueles que ainda não o conheciam”. E, prosseguindo, a religiosa apontou as principais linhas de apostolado das Irmãs, enquanto Instituto missionário, neste país do Corno de África, nos últimos cem anos: “Uma das nossas principais abordagens tem sido a promoção humana, mas uma promoção humana que visa acima de tudo anunciar Cristo, Deus e o seu amor. Por isso, em muitos países, incluindo a Etiópia, o serviço, sobretudo aos mais humildes, nos campos da educação e da saúde, foi a atividade principal. Além disso, desde o início, os primeiros missionários visitaram aldeias e famílias. E desse encontro direto com as pessoas, criaram-se laços de amizade e de confiança que lhes permitiram tocar verdadeiramente o coração das pessoas. É certo que havia obras sociais, fruto de uma doação total das Irmãs; mas o coração desta missão era mesmo este contacto face a face com as pessoas para dar a conhecer a consolação de Deus que é Jesus Cristo”, enfatizou Irmã Stephania. Missão na Etiópia, entre chegadas e partidas forçadas A nossa história na Etiópia, ressaltou a religiosa da Consolata, é uma história de chegadas e partidas forçadas. Durante a Segunda Guerra Mundial, todos os italianos, incluindo os missionários da Consolata – que na altura eram todos italianos – foram expulsos duas vezes, primeiro em 1936 e depois definitivamente entre 1940 e 1943. Durante 30 anos, infelizmente, não pudemos regressar ao país, embora o desejo estivesse bem vivo, porque a Etiópia permaneceu sempre no coração do nosso Instituto missionário. Só no início dos anos 70 é que pudemos regressar, e desta vez definitivamente, mas não sem algumas dificuldades. Na história da Etiópia houve momentos mais calmos e outros um pouco mais difíceis para a Igreja Católica. Como em todas as histórias, em todas as vidas, houve momentos bons e momentos difíceis, mas sempre vividos na confiança de que é Deus que nos acompanha na nossa história. Durante a ausência das Irmãs Missionárias da Consolata, havia uma congregação local, composta por jovens Irmãs etíopes,  as “Irmãs Servas da Consolata”, que seguiam a espiritualidade da Consolata e asseguraram uma presença até ao regresso das Irmãs, concluiu a Ir. Stephania. Missionárias em diálogo inter-religioso e para a paz e reconciliação A situação atual da Etiópia é marcada por numerosos acontecimentos, incluindo conflitos armados, particularmente nas regiões de Amhara e Oromo, e em Tigray, com um considerável número de vítimas humanas: sobre como as Irmãs têm vivido e continuam a viver estes acontecimentos, e se os Missionários da Consolata têm feito alguma coisa para ajudar as vítimas destas provações, a Irmã Getenesh observou que algumas das Irmãs têm trabalhado em grupos de diálogo inter-religioso para discutir a paz, e é isso que sempre fizemos. Também participámos, disse ainda, em iniciativas de paz e reconciliação no seio da união religiosa e continuamos activas na Igreja local. “Hoje é um dia muito especial, especialmente para mim, que sou etíope, porque Deus deu-nos verdadeiramente um grande presente, o da fé e da consolação. Estamos muito gratos ao nosso fundador, que pensou no nosso país. Hoje, todos nós gostámos de celebrar este momento juntos e os nossos corações estão cheios de alegria”, concluiu a Irmã Getenesh Woldeamlack. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

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