ETA Luiz de Queiroz bate capacidade máxima de produção de água, diz prefeitura

ETA Luiz de Queiroz bate capacidade máxima de produção de água, diz prefeitura

ETA Luiz de Queiroz em Piracicaba — Foto: Prefeitura de Piracicaba De acordo com o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), foi concluída a limpeza dos tanques de decantação da estação e a produção de água subiu de 350 litros por segundo, registrada no final de 2024, para 750 l/s nesta segunda-feira. A nova quantidade de tratamento é o suficiente para normalizar o atendimento à população, apontou a autarquia. Despejo de resíduos Caminhões retiram excesso de lodo em Estação de Tratamento de água de Piracicaba Atualmente, o excesso de lodo retirado do processo de tratamento de água e esgoto está armazenados em quatorze bolsas nas estações de tratamento de esgoto São Jorge e Ponte do Caixão. Serão cerca de 12 meses até que o resíduo seque e possa ser descartado. O coordenador de serviços da concessionária, Luís Gustavo Theodoro dos Santos, conta o porquê o processo precisar de tanto tempo para ser concluído. “Fica um bom tempo porque o bag exige que seja drenado a água do lodo, junto com a ação do sol ajudando nesse processo natural de secagem, e depois de seco a gente faz a remoção e encaminha pra aterro sanitário”, explica. Excesso de lodo foi armazenado em bags — Foto: Edijan Del Santo/EPTV O diretor do Semae de Piracicaba, Ronald Pereira da Silva, explica que o processo de destinação e despejo do excesso de logo pode ser caro e precisa ser analisado com cuidado pela pasta. “As possibilidades de retirada em definitivo estão sendo analisadas pelo Semae, vários estudos estão ocorrendo aqui pra que a gente ache a alternativa mais barata e mais eficiente pra população também”, detalha. Ainda segundo o diretor, uma solução definitiva para o problema depende de recursos e só deve ser resolvida a médio ou longo prazo. Justiça A liminar, publicada no dia 19 de dezembro, determinava que o Poder Público municipal deveria cumprir as seguintes exigências. 📝 Relembre, abaixo: Parar imediatamente de lançar resíduos e efluentes (lodo dos decantadores e águas de lavagem de filtros) das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Luiz de Queiroz I e II no Rio Piracicaba, sem o devido tratamento e em desacordo com os padrões legais estabelecidos;Realizar a correta destinação final dos resíduos gerados pelas ETAs, conforme exigido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pela legislação, apresentando relatórios bimestrais de comprovação;Elaborar, em até 15 dias, um Plano de Contingência e Racionamento que preveja medidas para mitigar os impactos no fornecimento de água e prevenir riscos à saúde pública, entregando ele à agência reguladora e à Vigilância Sanitária Municipal;Implantar um sistema definitivo de tratamento dos resíduos das ETAs Luiz de Queiroz I e II, com início de operação até 31 de março de 2026, além de apresentar, em até 15 dias, um cronograma detalhado das ações a serem adotadas. Problemas ambientais Lodo na estação de tratamento de água em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Entre os motivos citados durante a liminar que proibiu momentaneamente o despejo do lodo no Rio Piracicaba, estão os fatores ambientais. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o material poderia atrapalhar a piracema, período de reprodução dos peixes do Rio Piracicaba. Aterro Segundo a ambientalista Sílvia Regina Lobo, o lodo gerado pela captação de água pode ser altamente tóxico, e que até que não haja nenhum tipo de estudo que investigue a fundo a qualidade do resíduo, não deve ser despejado no rio novamente. “Como a gente tem a questão de esgoto clandestino que muitas vezes vem de empresas, pode ter metais pesados, pode ter produtos tóxicos. A água do rio ainda pode receber de imediato agora nas chuvas, restos de fertilizantes e defensivos químicos. O aterro é o melhor destino, é caro mas nesse momento até que você não tenha um estudo muito profundo sobre a qualidade desse lodo, é a melhor solução”, analisa. O diretor do Semae frisa que, atualmente, a Pasta pretende evitar ao máximo que volte a haver despejo desse tipo de resíduo dentro do Rio Piracicaba, mas que não há entendimento por parte do órgão sobre a possibilidade do lodo ser tóxico. “Estamos evitando chegar nesse ponto. Que fique bem claro que nós estamos possibilitamos a voltar a despejar esse lodo no Rio Piracicaba, porque é um lodo do próprio rio e no nosso entender ele não tem essa nocividade ao meio ambiente como foi falado”, aponta. Falta d’água De acordo com o Semae, o resíduo era um dos motivos dos constantes problemas de falta de água no município ao longo do último ano. O presidente do Semae explicou que o local onde o resíduo estava parado deveria estar ocupado por água em estado de decantação, diminuindo a capacidade de tratamento da estação. “Precisamos retirar de forma urgente o lodo que está no tanque de decantação para que volte a produção de água com sua capacidade plena. Nós temos na estação Luiz de Queiroz a capacidade de tratamento de 750 litros de água por segundo, e hoje está tratando 400 litros de água [por segundo]”, explica Ronald. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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