Iniciando a programação no auditório da universidade, o juiz, representante do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), especialista em direito digital e eleitoral e e autor de livros sobre fake news, Diogo Rais, destacou a importância de três pilares no combate à desinformação: prevenção, educação e repressão. 👉 Além disso, a fala do magistrado trouxe considerações sobre: A concentração de poderes da Justiça Eleitoral como forma de intensificar a agilidade e celeridade de questões relacionadas às eleições. “Essa concentração de poderes foi elogiada e criticada por várias pessoas, mas o fato é que talvez ela tenha sido fundamental para enfrentarmos os desafios das últimas eleições”, destacou;O desafio para moderar conteúdo e legislar sobre plataformas digitais, considerando a quantidade massiva de informação em circulação a cada minuto;A importância do direito na proteção dos bens da vida e, portanto, na atuação em questões de desinformação que causam dano ou ameaçam causar, em especial no processo eleitoral e muito além do dilema moral entre verdade e mentira;A analogia entre as eleições e um jogo de futebol, onde o eleitorado permanecia apenas na arquibancada antes da internet, sem a possibilidade de produzir conteúdos de amplo alcance ou de influenciar fora de um círculo limitado. Com as redes sociais, a lógica muda;Os mecanismos desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para punir até mesmo candidatos que, durante as campanhas eleitorais, utilizem notícias falsas para manipular os resultados. Rais também pontuou que a desinformação é um problema de todos e, sendo assim, requer seriedade e ação da coletividade. “Por que não usar a conexão para combater a desinformação? Por que não tentar olhar para isso com um olhar mais sério, sereno, nos entregando também às nossas responsabilidades como usuários e curadores de conteúdo?” Juiz Diogo Rais, do TRE-SP, fala sobre desinformação nas eleições — Foto: Reprodução/g1 Veja, abaixo, alguns dos destaques do evento: ‘Cinco olhares sobre desinformação’ Após a palestra do juiz, a mesa redonda “Cinco olhares sobre desinformação” reuniu Claudia Wanderley, Josianne Cesaroli e Ewerton Machado, pesquisadores da Unicamp e membros do Observatório da Desinformação da universidade, e Lana Torres e Ricardo Gallo, do g1. 👉 No bate-papo, os jornalistas e acadêmicos discutiram: A importância das emoções na proliferação da desinformação. “Nossas emoções funcionam por contágio. Um dos cuidados que podemos ter é, quando chegar uma informação, ver se ela te chama emocionalmente, afetivamente. Se for isso, desconfie”, orientou Claudia Wanderley;O trabalho coletivo desempenhado no combate às fake news, com ferramentas de checagem e verificação em veículos oficiais. “Quanto mais a gente ampliar o repertório daquilo que a gente conhece, mais difícil é a gente ser enganado”, disse Josianne Cesaroli;A credibilidade e o trabalho jornalístico afetados pela desinformação, e como usar a educação midiática para recuperar a confiança do público. Segundo Ricardo Gallo, “a imprensa profissional segue uma série de protocolos de apuração de uma notícia. E é fato que existe uma campanha que coloca em xeque a imprensa profissional, assim como está em xeque o trabalho de outras instituições”;Como identificar a intenção da desinformação e quais são as estruturas das fake news;Formas de evitar conflitos com entes queridos quando confrontados com notícias falsas disseminadas por amigos e familiares.“Proteger o sistema eleitoral através de informação qualificada é uma forma de colaborar com esse processo onde qualquer cidadão pode participar”, frisou Ewerton Machado.Para Lana Torres, “temos algumas coisas à mão, como a educação midiática, o diálogo e as agências de verificação. E a gente tem uma coisa que é o afeto. Não tem outra forma de a gente comunicar e desconstruir um pensamento ou desconstruir uma desinformação que não seja pela via do afeto”. Mesa redonda ‘Cinco olhares sobre desinformação’ reúne acadêmicos e jornalistas — Foto: Reprodução/g1 Fato ou Fake regional O Fato ou Fake, iniciativa da Rede Globo que alerta os brasileiros e esclarece o que é notícia e o que é falso, ganhará uma edição regional. A partir desta segunda-feira (24), o g1 Campinas passa a contar com a metodologia do projeto para verificar boatos relacionados à região. A ferramenta deve reforçar a missão do portal de informar e combater a disseminação de notícias falsas durante as eleições municipais de 2024. Além de Campinas, as demais áreas de cobertura da EPTV também participarão do serviço de checagem. O Fato ou Fake nacional foi lançado em 30 de julho de 2018 e tem a participação de equipes de g1, O Globo, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e TV Globo (a página nacional pode ser acessada aqui). Os jornalistas fazem um monitoramento diário para identificar mensagens suspeitas muito compartilhadas na internet. Ao juntar forças entre as diversas redações do grupo Globo, tem sido possível verificar com mais qualidade – e ainda mais rápido. Um dos maiores exemplos desse trabalho em equipe acontece durante as eleições. Com a força-tarefa, é possível acompanhar os candidatos e checar o que é fato ou fake em: EntrevistasSabatinasCompromissos de campanhaPostagens em redes sociais VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região