Entenda por que ‘chuva preta’ não preocupa especialistas da região de Piracicaba: ‘nada alarmante, só fuligem’, diz pesquisador da USP

Entenda por que ‘chuva preta’ não preocupa especialistas da região de Piracicaba: ‘nada alarmante, só fuligem’, diz pesquisador da USP

O fenômeno, entretanto, não preocupa os especialistas consultados pelo g1. – 🌦️ Veja como a chuva preta se forma e se tem impactos sobre a saúde no gráfico, ao final da reportagem. O professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba, explica que a chuva preta ocorre porque as nuvens que se formam nesses dias, com constantes queimadas em grande parte do país, são carregadas de fuligem e água da chuva fica mais escura. “Não é nada alarmante, é apenas por causa da fuligem que está no céu”, afirmou. O alerta que o especialista faz, porém, é que esta água não é potável. Questionado se essa chuva preta pode afetar as plantações agrícolas de alguma maneira, o especialista também esclareceu que não há motivos para preocupação com reflexos desse fenômeno para a agricultura no momento. Professor Fábio Marin da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo em Piracicaba — Foto: Reprodução/Boletim Tempo Campo/Esalq O pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas da Unicamp (Cepagri), Bruno Bainy, esclarece que o fenômeno, popularmente chamado de ‘chuva preta’, não integra o escopo de previsões de forma técnica. “De modo pragmático, isso não faz parte do escopo da previsão meteorológica. É mais a título de curiosidade. E, talvez a conscientização de quão graves podem ser essas queimadas, especialmente as de grande proporção como as que a gente tem observado em amplas áreas do Cerrado, Pantanal, Amazônia”, explicou. Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri — Foto: Reprodução/EPTV 🍃Circulação dos ventos da Cordilheira dos Andes Ainda segundo Bainy, a possibilidade de a região registrar o fenômeno da ‘chuva preta’ se dá pela circulação dos ventos. “Essa circulação vem, principalmente paralela à Cordilheira dos Andes, bem canalizada. Ela transporta essas plumas de fumaça e fuligem a longas distâncias. Como temos uma fria avançando pelo Sul do país nos próximos dias, e que vai chegar no estado de São Paulo no final de semana, temos o encontro desse escoamento atmosférico carregado de fuligem, de fumaça, com as áreas de instabilidade, de chuva”, detalhou. Fogo às margens da SP-304, em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/ EPTV Esse fenômeno, segundo o pesquisador, é ‘interessante e curioso’. “Acima de tudo, demonstra a gravidade do problema das queimadas”, alerta. ⚠️ Alerta de perigo para vendaval O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta amarelo de perigo potencial para vendaval na região de Piracicaba neste sábado (14). O aviso tem validade até o fim da noite deste sábado e prevê possibilidades de ventos com 40 km/h e 60 km/h e risco de queda de galhos de árvores. Além de Piracicaba, o alerta abrange ainda as cidades de São José do Rio Preto (SP), Bauru (SP), Araçatuba (SP), Macro Metropolitana Paulista (SP), Marília (SP), Campinas (SP), Araraquara (SP), Itapetininga (SP) e Ribeirão Preto (SP). Inmet faz alerta amarelo de perigo potencial para vendaval na região de Piracicaba. — Foto: Reprodução/Inmet ⚠️Orientações •Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda). •Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193). Queimadas em Piracicaba: extensão de 2 mil campos de futebol 📊O número, levantado pela equipe técnica da Polícia Militar Ambiental de Piracicaba, foi divulgado ao g1 pela Defesa Civil do município na tarde desta sexta-feira (13) e equivale a extensão de 2 mil campos de futebol. 🗺️Veja aqui as regiões dos incêndios. ➡️ Além de São Paulo, o fenômeno deve ocorrer em outros estados como Paraná, Santa Catarina, e em partes do Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro. Balde com água escura após ‘chuva preta’ no Sul do RS — Foto: Izaura Plantikow/Débora Rodrigues/Carol Vianna 🤔Mas, afinal, que é a chuva preta? 🔥 O país está em chamas. O mês de agosto foi o pior em número de incêndios no Brasil em dez anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). ➡️ No entanto, o que vemos no céu são partículas restantes do que foi queimado, que é a fuligem. É ela que penetra as nuvens de chuva e faz com que a água fique escura. (Entenda no infográfico abaixo) A chuva é, basicamente, uma chuva de fuligem. Formação da chuva preta — Foto: Bruna Azevedo/Luisa Rivas/Juan Silva/Arte g1 A chuva preta pode ser ácida? 🌧️ A chuva ácida acontece quando há uma grande quantidade de poluentes na atmosfera que, misturados com a água, podem se transformar em ácidos. – Veja detalhes aqui. Segundo Karla Longo, a chuva preta não necessariamente é ácida. Isso porque a fuligem sozinha não alteraria a acidez da água. “O que estamos vendo nessa chuva preta é fuligem, partículas de matéria orgânica queimada. Isso não a torna ácida por si só”, explica. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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