Entenda o que prevê estudo técnico de R$ 1 milhão para criação de parque linear em ribeirão de Piracicaba

Entenda o que prevê estudo técnico de R$ 1 milhão para criação de parque linear em ribeirão de Piracicaba

O valor estimado no certame é de R$ 1.039.087,53 e o prazo de contratação é de seis meses, com possibilidade de prorrogação. A empresa vencedora foi a Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios. A iniciativa integra ações de revitalização e proteção ambiental da Bacia do Ribeirão do Piracicamirim. A construção, ainda segundo a Pasta, deverá “ajudar a controlar enchentes, preservar o manancial, melhorar o clima dos bairros próximos com a recuperação paisagística, além de criar espaços de lazer e convivência”, conforme informou a Prefeitura. “O parque linear, além de ser uma área de intervenção prioritária, conforme estabelece o Plano Diretor do município, faz parte de um plano mais amplo de combate às enchentes”, afirmou a administração em nota informativa à imprensa. O plano deverá estar em consonância com o Plano de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais do Ribeirão Piracicamirim, que receberá verba do Governo do Estado de São Paulo por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (da Fehidro). Estudo 📝O plano do Parque Linear da Bacia do Piracicamirim inclui estudo de viabilidade técnico-financeiro para: Definir diretrizes e estratégias de implantaçãoAvaliar a viabilidade econômicaDeterminar a ordem das ações conforme o crescimento populacionalIdentificar formas de financiamentoPropor um zoneamento detalhado com um mapa de uso das áreasDesenvolver um anteprojeto de organização espacial ajustado após audiências públicasEstabelecer estratégias de governança e gestão para garantir sua manutenção “A criação do Parque Linear da Bacia do Piracicamirim contará com participação ativa da população, atende a uma antiga demanda dos moradores e visa melhorar a qualidade de vida na cidade, trazendo mais segurança e proteção contra enchentes, além de revitalizar as áreas verdes e requalificar os bairros ao redor do ribeirão”, explica Maria Beatriz Siloto Dias de Souza, diretora de Planejamento da Semuhget. Desassoreamento O Ribeirão Piracicamirim passou por ações de revitalização como o desassoreamento de trechos, por meio do programa Rios Vivos, iniciativa em parceria com o governo do Estado de São Paulo, que segundo a administração municipal, foi finalizada em junho de 2021 para evitar o transbordamento do manancial, principalmente nos bairros Morumbi, Maracanã e Bosque da Água Branca. Entenda para que server o desassoreamento O Professor e pesquisador em Ecologia Aplicada, Plínio Barbosa de Camargo, responsável pela Divisão e Funcionamento de Ecossistemas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba, explica porque é importante desassorear os rios. Segundo o especialista, o processo de retirada de sedimentação e bloqueios ajuda inclusive na prevenção de enchentes e na preservação da vida aquática no fundo dos mananciais, uma vez que também colabora para manter a oxigenação da água. Assoreamento: o que é? O assoreamento de um rio ou córrego ocorre quando há acúmulo de sedimentos como areia, terra, rochas, entulhos e demais resíduos que levados até o leito dos cursos d’água por eventos naturais, chuvas e ventos, por exemplo, ou pela ação humana. “Nada mais é senão levar para dentro dos rios uma grande quantidade de materiais, o principal deles e o próprio solo porque todas as áreas nos entornos dos rios são muito abertas. Isso facilita que parte da terra seja levada durante as chuvas. Há também troncos de árvores”, explica o professor sobre o processo de assoreamento. Curso e vazão dos rios O especialista salienta que o acúmulo de grandes materiais causam a sedimentação e isso provoca muitos malefícios. “Até inundações. Às vezes, o assoreamento pode mudar o curso e alterar a vazão dos rios. Isso acontece com os maiores mananciais, como Rio São Francisco, Amazonas e o nosso aqui também, o Rio Piracicaba”, aponta. Trecho do Rio Piracicaba que será desassoreado sofre com acúmulo de terra, pedras e lixo — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Vida no fundo dos rios Além disso, salienta Plínio Camargo, tudo o que as pessoas os jogam às margens dos rios, lixo, entulhos e até, sofás, exemplifica, acabará indo para os leitos. Muito disso, nos fundos dos mananciais. “É preciso lembrar que nos fundos dos rios há vida, microorganismos, por exemplo. Há os chamados peixes raspadores, como o cascudo. Toda vez que se altera o fundo do rio por um processo de assoreamento, prejudica-se as condições de vida desse ambiente natural”, alerta. O professor e pesquisador Plínio Camargo considera que o desassoreamento é importante, embora, segundo ele, não resolva o problema do acúmulo de sedimentos de uma única vez. Por isso, aconselha a manutenção periódica dos rios. “É difícil dizer que vai resolver, mas vai colaborar bastante para melhorar a situação. Esse é um procedimento que, no meu ponto de vista, deveria ser rotineiro. Quero dizer, em períodos já estabelecidos, talvez uma vez por ano. O desassoreamento evita os bloqueios e sedimentação”, observa. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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