A madrinha dele, Ana Cláudia Azevedo, disse que o objetivo do rapaz era tirar os ‘furinhos’ de espinhas que tratou ao longo da vida e, por isso, iria enfrentar o medo do procedimento. “Ele queria muito ter o rosto lisinho”, afirmou. Henrique morava em Pirassununga (SP), mas viajou para a capital paulista para fazer o peeling no Studio Natalia Becker, no Campo Belo, na Zona Sul da capital paulista. “No dia [do procedimento] ele teve um pouco de medo antes de fazer. Falou para o namorado que estava com medo. A mãe teve um sonho com agulhas e pediu para ele não ir, mas ele acabou indo e aconteceu tudo isso”, lamentou a madrinha. Empresário de Pirassununga morre durante peeling de fenol em clínica de São Paulo Arritmia cardíaca Ana Cláudia ainda afirmou que ele sofria de arritmia cardíaca (quando o ritmo cardíaco se desvia do normal, podendo ser acelerado ou lento demais). “A gente não sabe se a moça que fez explicou isso pra ele. Teria que pedir exame, mas não foi pedido. Então vamos ver o resultado dos exames para ver o que vai acontecer. Foi uma tragédia, muito triste. Ele tentou escolher uma clínica boa, que era conhecida e famosa, mas infelizmente não deu certo”, disse emocionada. Peeling de fenol é considerado agressivo e tem que ser feito por médicos em hospitais: Peeling com fenol é considerado agressivo e tem que ser feito por médicos em hospitais Quem era Henrique Chagas Henrique Chagas era morador de Pirassununga e morreu após procedimento estético em São Paulo — Foto: Reprodução/Facebook Familiares e amigos do empresário estão fazendo uma “vaquinha” online com o objetivo de arrecadar dinheiro para conseguir um translado que leve o corpo dele de São Paulo até Pirassununga, onde será sepultado. Investigação policial Henrique Chagas morreu após fazer peeling de fenol com esteticista Natalia Becker na clínica dela em São Paulo — Foto: Reprodução/Redes sociais/ TV Globo Uma das suspeitas investigadas pela polícia é a de que Chagas possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático” pelo uso de alguma substância química. De acordo com o companheiro do paciente, que foi com ele à clínica, Natália não pediu nenhum exame médico anterior para saber se o engenheiro era alérgico a algum medicamento. O caso, que antes havia sido registrado como ‘morte suspeita’ no 27º Distrito Policial da Capital (DP), passou a ser investigado como ‘homicídio’, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP). “A Polícia Civil instaurou inquérito no 27ºDP para investigar o crime de homicídio. Foram solicitados exames necroscópico e toxicológico, cujos resultados são aguardados. Policiais fizeram diligências em vários endereços, mas a autora ainda não foi localizada. As buscas continuam para que ela seja encontrada e ouvida em depoimento”, informa nota divulgada pela assessoria de imprensa da SSP. Henrique Chagas — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal Chagas procurou a clínica de Natalia para realizar um tratamento com fenol, que é um produto ácido, no rosto. A substância provoca uma reação inflamatória na pele. A inflamação causa descamação da superfície do tecido. O objetivo é reduzir manchas, rugas e cicatrizes, devolvendo a elasticidade na face. Segundo testemunhas, antes de Chagas se submeter ao fenol, foi aplicado um anestésico tópico no seu rosto. Depois lhe foi dado comprimido de um remédio contra dor. A Polícia Técnico-Científica realizou exames necroscópico e toxicológico no corpo do empresário para saber qual foi a causa da morte de Henrique e quais substâncias ele ingeriu. A delegacia que investiga o caso aguarda o resultado dos testes. Policiais apreenderam equipamentos e medicamentos na clínica para passarem por perícia.