A nota foi divulgada nesta sexta-feira (25) após Katherine Tai, representante comercial do governo Joe Biden, afirmar que o Brasil deve analisar “os riscos” do aprofundamento das relações comerciais com a China. Katherine Tai fez as considerações ao participar nesta semana de um evento em São Paulo, organizado pela Bloomberg, quando falava sobre a iniciativa Cinturão e Rota. Em linhas gerais, a iniciativa lançada em 2013, conhecida como “nova rota da seda”, pretende aproximar a China de outros países por meio de investimentos, acordos comerciais e projetos de infraestrutura, entre os quais estão negócios sobre rodovias, ferrovias, oleodutos, gasodutos e obras no setor energético. No documento que divulgou, a embaixada chinesa diz que os Estados Unidos fazem comentários “irresponsáveis” sobre a relação sino-brasileira. “Recentemente, uma alta autoridade do governo dos Estados Unidos que esteve no Brasil […] emitiu comentários irresponsáveis sobre o debate brasileiro para cooperações relacionadas à Iniciativa ‘Cinturão e Rota'”, afirma a nota. “Tal ato carece de respeito ao Brasil, um país soberano, e despreza o fato de que a cooperação sino-brasileira é igualitária e mutuamente benéfica. Por este motivo, manifestamos nosso forte descontentamento e veemente oposição”, completa o documento assinado pela porta-voz da embaixada da China no Brasil, Shi Yong Ren. O comunicado diz ainda que o Brasil “merece ser respeitado” pelos EUA por ser uma “grande nação” que defende sua independência e tem grande projeção internacional. “O Brasil não precisa que outros venham lhe ditar com quem deve cooperar ou que tipo de parcerias deve conduzir. A China valoriza e respeita o Brasil desde sempre”, diz a porta-voz . Encontro com Xi Jinping Além do encontro com Xi Jinping, Lula vai se reunir com outros chefes de Estado do G20 que comparecerão à cúpula, como é de praxe em eventos desse porte. O Brasil é atual presidente temporário do G20. Relações comerciais Putin diz que não virá ao Brasil para cúpula do G20 Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Dados do governo federal mostram que, de janeiro a setembro deste ano, o saldo da balança comercial é positivo para o Brasil, registrando superávit de US$ 30,76 bilhões. Isso porque as exportações do Brasil para a China somaram no período US$ 77,84 bilhões, e as importações, US$ 47,08 bilhões.