Em encontro com autoridades, especialista aponta risco de crise hídrica na região entre 2025 e 2027

Em encontro com autoridades, especialista aponta risco de crise hídrica na região entre 2025 e 2027

A região pode viver uma nova crise hídrica entre 2025 e 2027, segundo análise feita pelo hidrólogo e professor da Unicamp Antônio Carlos Zuffo. O especialista fez o alerta durante uma palestra para autoridades, lideranças comunitárias e religiosas e outras pessoas durante uma palestra em Nova Odessa (SP). No encontro, realizado na terça-feira (5), Zuffo analisou o comportamento hídrico da região de São Paulo e as Bacias PCJ – que englobam a região – e destacou um padrão climático, conhecido como Ciclo de Schwabe, que prevê a ocorrência de crises hídricas em intervalos de aproximadamente 11 anos. O professor também mencionou crises anteriores em 2003 e 2014/15 e, de acordo com ele, se esse padrão se repetir, o próximo evento hidrológico extremo é esperado entre 2025 e 2027. ‘Efeito José’ Zuffo ainda abordou a questão das vazões Q7,10, que representam a média de sete vazões diárias consecutivas, podendo se repetir, em média, uma vez a cada dez anos. Ele alertou que essas vazões estão diminuindo nos rios da região devido ao “Efeito José”, fenômeno que causa longos ciclos de períodos úmidos e secos, com intervalos de 30 a 50 anos. Para exemplificar, o professor citou na Bacia do Rio Camanducaia, onde a vazão Q7,10 caiu de 8,03 m³/s no período úmido anterior para 2,78 m³/s no período seco atual. Segundo o acadêmico, esse declínio é preocupante, pois indica uma fase de estresse hídrico que pode durar mais 30 anos. Além dos ciclos regulares, o especialista mencionou também o “Efeito Noé”, que se refere a eventos climáticos extremos e pontuais. Esses são imprevisíveis e podem causar danos significativos em curto prazo. Um exemplo recente foram as precipitações no Rio Grande do Sul em maio deste ano, que ficaram 455% acima da média histórica. Zuffo também chamou a atenção para os possíveis impactos de uma nova crise, como a redução da geração de hidroeletricidade e a queda da produtividade agrícola devido à diminuição das chuvas. Segurança hídrica Para minimizar os impactos das futuras crises e aumentar a segurança hídrica, Zuffo recomendou aos gestores duas medidas principais: Considerar as variações climatológicas extremas, como os ciclos do “Efeito José”, nos planos de longo prazo para abastecimento, energia, irrigação e indústria.Construção de reservatórios adicionais de regularização, que podem armazenar água durante períodos de abundância e liberá-la durante períodos de seca, ajudando a manter um fornecimento estável. No encontro, autoridades de Nova Odessa elencaram investimentos na segurança hídrica, como uma nova estação de tratamento de água, expansão da rede de água encanada e recuperação de vegetação ciliar às margens de nascentes. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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