Alexander Lukashenko foi reeleito neste domingo (26) para um sétimo mandato como presidente de Belarus com 87,6% dos votos, de acordo com uma pesquisa oficial de boca de urna, em uma eleição sem oposição ao autocrata, que governa com mão de ferro desde 1994. Esta foi a primeira votação presidencial desde 2020, quando o líder de 70 anos reprimiu os grandes protestos contra ele após uma eleição que os opositores e os países ocidentais consideraram fraudulenta. (leia mais abaixo) Os principais adversários políticos do governante estão atualmente presos ou no exílio. A União Europeia, os críticos de Lukashenko e grupos defensores dos direitos humanos consideram o pleito deste domingo uma farsa. O presidente, que é suspeito por alguns de querer passar o poder para um de seus três filhos, negou o boato. Seu filho mais novo, Nikolai, declarou à imprensa que “nem em seu pior pesadelo sonharia” em se tornar presidente. Os candidatos na votação deste domingo foram escolhidos para dar um ar de democracia às eleições, e poucos conhecem os postulantes. “Temos uma democracia brutal em Belarus. Não pressionamos ninguém e não silenciamos ninguém”, disse Lukashenko à imprensa após votar. Protestos de 2020 Na sexta-feira (24), em um discurso para seus apoiadores, Lukashenko comparou os protestos de 2020 “como uma vacina” que impede que algo assim aconteça novamente. “Todos os nossos opositores e inimigos devem entender: não tenham esperança, nunca haverá uma repetição do que tivemos em 2020”, afirmou em um estádio na capital Minsk. Naqueles protestos, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para denunciar as eleições fraudulentas. Com o apoio de seu aliado russo Vladimir Putin, Lukashenko conseguiu se manter no poder por meio de detenções, violência e duras penas de prisão contra opositores, jornalistas, trabalhadores ou simplesmente manifestantes. De acordo com a ONU, mais de 300 mil bielorrussos, de uma população de 9 milhões de habitantes, fugiram por motivações políticas, principalmente para a Polônia. Diante desta repressão, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Belarus, levando Lukashenko a acelerar sua aproximação com o Kremlin e a abandonar sua estratégia de se equilibrar entre Moscou e o Ocidente. Neste domingo, a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a União Europeia “continuará impondo medidas restritivas e seletivas contra o regime” após a “farsa” da eleição presidencial. Presidente belarusso Alexander Lukashenko — Foto: Ministério das Relações Exteriores da Rússia/Reprodução via REUTERS
Em disputa sem oposição, Lukashenko é reeleito presidente de Belarus para o 7º mandato
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