Droga era armazenada em embalagens estilizadas de marcas famosas — Foto: Polícia Civil de Minas Gerais Durante as apurações da Polícia Civil, foi identificado um sistema de delivery em que os compradores recebiam um cardápio das drogas disponíveis por aplicativo de mensagem e faziam os pagamentos via PIX. Neste esquema, que era comandado por um alvo principal da cidade de Mogi Guaçu, os entorpecentes eram entregues por motoboys, que faziam a distribuição em diferentes bairros da cidade no Sul de Minas. Motociclista se envolve em acidente com viatura da PM e é preso por tráfico de drogas em MG — Foto: Polícia Militar Segundo o delegado regional de Poços de Caldas, Cleyson Brene, as drogas eram acondicionadas em pacotes com símbolos que remetiam a marcas conhecidas, porém, incorporando imagens específicas. “É uma embalagem estilizada, muitas vezes utilizada, o nome de uma marca famosa, mas com a indicação da droga utilizada, por exemplo, uma folha de maconha”, detalhou. O esquema também usava diversos números de telefone, trocando de linha frequentemente para tentar despistar a polícia. Lavagem de dinheiro Com o avanço das investigações, a polícia identificou um elaborado esquema de lavagem de dinheiro, com transações bancárias suspeitas que somaram mais de R$ 2 milhões em seis meses. Oito veículos foram apreendidos durante a Operação El Patrón — Foto: Júlia Reis/g1 Em um dos casos, uma conta movimentou cerca de 500 mil reais em um único mês, um valor desproporcional à renda declarada do titular. “Uma vez identificados esse movimento de mais de R$ 2 milhões, nós também conseguimos identificar a participação de uma série de envolvidos em condutas típicas de lavagem de dinheiro”, informou Brene. Na operação, foram apreendidos oito veículos, sendo uma motociclista, além de mais de R$ 20 mil em espécie. Uma estrutura de estufa para cultivo de maconha também foi apreendida durante as buscas em Poços de Caldas. Laboratório de drogas foi apreendido durante a Operação El Patrón em Poços de Caldas — Foto: Polícia Civil de Minas Gerais Alvo e laranjas A operação também prendeu o principal alvo da operação. Ele estava em um condomínio localizado na cidade de Mogi Guaçu e foi detido por meio da equipe da Coordenação de Recursos Especiais (Core). O esquema também envolvia uma rede de colaboradores que atuavam como laranjas, emprestando contas bancárias para que o dinheiro transitasse de forma mais difícil de rastrear. “Já identificamos, a partir de algumas oitivas, um dos esquemas relacionados a lavagem de capitais. Os líderes aliciavam suspeitos para que fossem laranjas e, assim, utilizar os seus nomes para as contas bancárias. Já identificamos isso em dois alvos da operação”, disse Cleyson Brene. “Os alvos hoje não tinham uma característica única. Conseguimos prender pessoas com baixa renda, classe média e até classe alta”, afirmou Marcos de Sousa Pimenta, chefe do 18º departamento de Polícia Civil. Operação El Patrón A operação recebeu o nome de El Patrón com base no perfil utilizado pelo grupo criminoso nas redes sociais, que modificava frequentemente os dados de contato para dificultar a identificação. As apurações indicam que os suspeitos recebiam pedidos por meio de um aplicativo de mensagem e entregavam as drogas dentro de embalagens estilizadas como se fossem produtos verdadeiros, como batatas chips. A investigação iniciou com prisões em flagrante relacionadas com o tráfico, o que possibilitou a análise minuciosa de aparelhos celulares apreendidos e a quebra de sigilo telemático, autorizada pela Justiça. À esq., Cleyson Brene, delegado regional de Poços de Caldas. À direita, Marcos de Sousa Pimenta, chefe do 18º Departamento de Polícia Civil — Foto: Júlia Reis/g1 A ação cumpriu 72 mandados de busca e apreensão e prendeu 27 pessoas. Entre os presos, 24 foram capturados em Poços de Caldas e os outros três foram encontrados nas cidades paulistas. Dentre todos os detidos, 21 deles foram em flagrante por envolvimento no tráfico de drogas. A investigação contou com o apoio do Ministério Público e do Poder Judiciário, que concederam as medidas cautelares necessárias para a operação. Ao todo, 204 policiais e 50 viaturas foram mobilizados, com apoio do 6º e do 17º Departamento da PCMG, incluindo a colaboração da Core, da Coordenação Aerotática (CAT) e da Coordenação de Operações com Cães (COC), além da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP). Mandados foram cumpridos em Poços de Caldas, Mogi Guaçu, Osasco e São José do Rio Pardo — Foto: Polícia Civil