“O grau de envolvimento dos acusados provocaram efeito social e para as vítimas gravosos. Demonstram personalidade voltada à criminalidade, visando em especial motivação abjeta, que é o enriquecimento em detrimento alheio”, afirmou o juiz. Na sentença, o juiz cita que o empresário tem maus antecedentes e é reincidente no crime, por isso, determinou que ele continue preso preventivamente para evitar que ele volte a fazer vítimas. “Não faculto recurso em liberdade, pois, mantendo a prisão preventiva, recomendando-se o réu Rogério Luís na prisão onde se encontra, pela gravidade concreta da conduta e previsibilidade de reiteração delitiva”, diz a sentença. Dois funcionários da imobiliária também foram condenados por estelionato e associação criminosa, mas tiveram uma pena menor: 2 anos e 1 mês no regime semiaberto. Para o magistrado, ficou comprovado que os dois agiram com Rogério Stoque para aplicar os golpes. Eles, no entanto, tiveram a liberdade provisória concedida. “Não há como fugir, pois, à conclusão de que os réus se associaram com estabilidade significativa, ânimo induvidoso de praticar crimes de estelionatos, oferecendo a venda imóveis que captavam para locação, como se donos ou autorizados pelos proprietários estivessem, para a venda”. Um homem preso à época, suspeito de também atuar na imobiliária, foi absolvido dos crimes de estelionato e organização criminosa, mas foi condenado a 3 anos de prisão em regime aberto por porte ilegal de arma. Isso porque, à época do flagrante, a polícia encontrou com ele uma arma com licença vencida. O que diz o advogado do empresário? Procurado pelo g1, o advogado Demétrio Orfali Filho, que representa Rogério, afirmou que vai recorrer da sentença ao Tribunal de Justiça. Para ele, a condenação se pautou em fatos que o Ministério Público não comprovou materialidade e a autoria de seu cliente. O defensor citou que não houve associação criminosa uma vez que a imobiliária era registrada na Jucesp e no Creci. “Ainda, não houve prejuízo algum à suposta vítima; não houve recebimento de valor algum pelo Réu, e o que mais causa espanto, é que a denúncia aceitou o pedido de prisão em flagrante por “tentativa de estelionato”, e foi recebida pelo Juízo, que abriu a ação penal. Porém, esse tipo penal não existe no Código Penal brasileiro, pois não há previsão legal para o estelionato na modalidade tentada”. Suspeita de estelionato Justiça manda prender três suspeitos de aplicar golpes em imobiliária de Americana O suspeitos foram presos em 5 de fevereiro deste ano após a denúncia de um cliente que suspeitou que a empresa estava anunciando a venda de imóvel sem o conhecimento do proprietário. De acordo com a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o cliente que fez a denúncia procurou a polícia após suspeitar da postura do vendedor durante as negociações. O cliente daria um carro como parte do pagamento e, diante da suspeita, decidiu procurar o proprietário do imóvel por meio do registro em cartório. Ao ser contactado, o verdadeiro dono do imóvel disse não saber nada sobre a transação e que o valor repassado ao homem estava bem abaixo das pretensões deles. O dono da imobiliária e dois funcionários foram presos em flagrante. Segundo a Polícia Civil, eles já tinham passagens anteriores pelo mesmo crime. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Dono de imobiliária e mais dois são condenados por estelionato em Americana
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