A visita do Secretário para Relações com os Estados à Croácia, iniciada em 30 de maio, continua. À noite, ele celebrou a missa na festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, padroeira de Zagreb. O arcebispo convidou a aprender com o encontro entre Maria e Isabel, no centro da liturgia, a capacidade de ver a presença de Deus ainda hoje: “Toda vez que uma tragédia nos abala, a solidariedade sempre se espalha. Não olhemos apenas para as bombas que caem” Adriana Masotti – Vatican News Como parte de sua visita de três dias à Croácia, o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, Dom Paul Richard Gallagher, presidiu uma celebração eucarística em Zagreb na noite de 31 de maio, para marcar a festa de Nossa Senhora da Porta de Pedra, padroeira da capital croata. Em sua homilia, o apelo para que sejamos capazes de ver a obra de Deus mesmo em meio às muitas dificuldades e “destruições” de hoje, assim como a Virgem Maria e sua prima Isabel foram capazes de fazer, que acreditaram e esperaram antes de ver o cumprimento das promessas de Deus. A imagem de Nossa Senhora, fonte de esperança O Arcebispo Gallagher lembrou que a imagem de Nossa Senhora da Porta de Pedra que emergiu intacta das ruínas dessa grande Porta, entrada oriental da cidade antiga, após um incêndio, foi uma fonte de admiração e esperança para seus habitantes “aflitos e desnorteados”. “Hoje, no mundo, não faltam cenas de trágica destruição”, disse o arcebispo, causadas por fenômenos naturais, mas também “pela insensatez humana a que o Papa Francisco há muito se refere como a ‘terceira guerra mundial em pedaços’ que está se transformando em um ‘verdadeiro conflito global’”. É por isso que é importante olhar para essa imagem novamente. Vida, o dom de Deus No centro da liturgia de hoje está o encontro entre Maria e Isabel, ambas inesperadamente futuras mães. Uma maternidade que perturba seus planos, enfatizou Dom Gallagher, mas que é recebida com alegria. Seus pensamentos se voltam para as mães de hoje: “Que Nossa Senhora da Porta de Pedra”, disse, “acompanhe todas as mulheres que recebem em seu ventre a semente de uma nova vida, mesmo quando ela chega inesperadamente” e saibam vê-la como “um dom de Deus”. Isso nem sempre acontece em nossas sociedades, observou o arcebispo, mas para os crentes, a vida deve ser sempre promovida e defendida. Levantemo-nos, apressadamente, como fez Maria O Evangelho diz que Maria “levantou-se e foi apressadamente” visitar sua prima Isabel. Maria é, portanto, uma imagem da “Igreja em saída” tão desejada pelo Papa. “Que ela também seja um modelo para nós”, reiterou Dom Gallagher. Que o Senhor nos dê a força para nos levantarmos, para irmos ao encontro daqueles que sofrem, daqueles que sofrem as consequências do destino adverso ou da maldade humana. Vamos nos levantar, rapidamente. Não podemos ficar de braços cruzados. Há uma necessidade urgente de consolar os aflitos, de encorajar os desesperados, de sermos construtores de paz”. A passagem da morte para a vida Isabel e seu marido Zacarias esperaram durante anos pela dádiva de um filho: “talvez tivessem descansado seus corações” quando o Senhor ouviu suas orações e realizou sua esperança. No “sim” de Maria à vontade de Deus e na transformação da resignação em alegria de Isabel, a lógica da Páscoa. “Quando sabemos renunciar aos nossos próprios planos para nos abandonarmos à vontade do Criador, seja ela alegre ou triste, é o Mistério Pascal que atua em nós e se revela em todo o seu poder”, enfatizou o arcebispo. Não apenas bombas no mundo, mas também solidariedade Maria e Isabel louvam o Senhor não quando tudo acontece de acordo com seus desejos, mas na certeza de que Deus cumprirá suas promessas. Um convite para que “vejamos a obra de Deus já presente no mundo, embora em embrião”. Dom Gallagher nos convidou, então, a abrir os olhos, por exemplo, para a solidariedade que surge toda vez que nos deparamos com a tragédia ou com a “ferocidade humana”. “Não olhemos apenas para as bombas que caem e para a destruição que elas trazem”, disse. “O Senhor, como preservou Nossa Senhora da Porta de Pedra, sempre salva o bem, um pequeno rebanho, que às vezes se torna grande, como o exército daqueles que arriscam suas vidas para aliviar a dor das vítimas ou para evitar novas tragédias”. Testemunhas da ressurreição, construtores de paz Precisamos do olhar das duas protagonistas da liturgia de hoje, disse o arcebispo, “para ver a obra de Deus já em andamento, em meio à ‘maldade do mundo’”. Para Nossa Senhora da Porta de Pedra, invocada na Croácia como o “Início de um mundo melhor”, como São João Paulo II havia lembrado em uma visita ao país há 30 anos, Gallagher pediu para todos, o dom da paciência. Concluindo: “Assim como Ela se revelou um sinal de esperança em meio à uma tragédia, nos torne também testemunhas da ressurreição, apesar de tudo, para louvar a Deus com a nossa vida, para que em um mundo envolto em trevas sejamos faróis de luz e construtores de paz”. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui