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DNA ambiental: conheça tecnologia que auxilia na conservação do pato-mergulhão

por admin
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A equipe do Terra da Gente encarou a missão de ir em busca da espécie, dessa vez em um dos lugares mais selvagens do Brasil, com 13 mil km² de águas preservadas e um cerrado de perder de vista. O Jalapão é dos hotspots prioritários para a preservação e conservação da biodiversidade, segundo a CI (Conservation Internacional). Lá, um importante trabalho intitulado como Águas Limpas do Rio Novo atua na conservação da espécie. Por meio de uma tecnologia de análise de DNA ambiental, um grupo de pesquisadores coleta informações sobre as condições naturais necessárias para ocorrência da espécie. Pato-mergulhão é uma das aves aquáticas mais raras e ameaçadas do mundo — Foto: Leonardo Vilela / TG “O DNA ambiental é uma tecnologia que utiliza as moléculas de DNA que estão presente no ambiente. Quando os animais circulam no local, vão deixando vestígios como urina, fezes, suor, saliva, pele, pelos, penas ou escamas que caem e, de tudo isso, a gente consegue isolar o DNA”, explica Priscilla Marqui Schmidt Villela, bióloga e diretora do laboratório. “A partir da análise das amostras ambientais (água, solo ou sedimentos) conseguimos detectar DNA vestigial e confirmar a presença de uma ou várias espécies no ambiente, realizando inventários das espécies nos locais amostrados”, continua ela. Após coletas de água nos ambientes que mais se aproximam ao que a espécie vive para detectar a sua presença, a água foi passada por um filtro que retém o DNA. Depois de passar por processos laboratoriais para aumentar a quantidade de material genético, é realizado o sequenciamento do DNA. Pato-mergulhão no Jalapão. — Foto: Leonardo Vilela / TG “As sequências de DNA geradas são comparadas com as sequências dos bancos de dados universal e assim conseguimos determinar a presença das espécies no local de coleta”, relata Priscilla`. Além de permitir examinar minuciosamente a área de estudo para detecção de espécies alvo (como o pato-mergulhão), nas mesmas amostras coletadas, é possível detectar também a composição de outros vertebrados, invertebrados, plantas e microrganismos presentes no ambiente. Esses dados, segundo a pesquisadora, podem permitir inferir sobre aspectos associados à qualidade de água e demais bioindicadores da qualidade do ambiente. “Temos muito trabalho pela frente, o ideal seria realizarmos mais coletas, em novos pontos, buscando áreas com potencial de ocorrência, mas que ainda não temos registros de avistamentos, com isso podemos ter uma melhor definição da área de vida da espécie na região. Considerando que o pato depende da ocorrência de outras espécies, principalmente peixes, podemos fazer também o levantamento das espécies presente buscando um diagnóstico de fauna associada”, pontua Priscilla. Para ela, o estudo pode auxiliar no entendimento dos fatores preponderantes para ocorrência da espécie, podendo revelar condições ideais e restritas para essa ocorrência, sejam elas relacionadas à condições ambientais específicas ou mesmo na sua relação com outras espécies. Igor Tosello Filippini, engenheiro ambiental e presidente do ICB (Instituto Cerrado Brasil), que atua neste trabalho de conservação, afirma que a tecnologia nunca foi aplicada antes para esse propósito, mas acredita que com os resultados obtidos, isso provavelmente será repetido em outros projetos. “Esta foi a primeira expedição idealizada e coordenada pelo ICB e instituições parceiras e visa realizar um monitoramento integrado da qualidade da água, conservação do pato-mergulhão e diagnóstico de fauna ao longo de um trecho do Rio Novo. Novas campanhas serão realizadas nessa mesma região em outras épocas”, explica Igor. O projeto ainda inclui o monitoramento da qualidade de água, a partir de análises físico-químicas e microbiológicas. As instituições que atuam em como parceiras são BlueStone, Intituto Pato-mergulhão, Caapuã etê Ambiental, Goitacá Soluções Ambientais e Geotecnológicas, Associação Remo Piracicaba e EcoMol Consultoria e Projetos. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente

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