Diabetes mal controlada pode prejudicar a mobilidade de idosos, diz pesquisa da UFSCar

Diabetes mal controlada pode prejudicar a mobilidade de idosos, diz pesquisa da UFSCar

A lentidão em pessoas idosas é um importante indicador de mobilidade e está associada à perda de independência e ao maior risco de quedas, hospitalização, institucionalização e morte. A perda de velocidade de caminhada é um processo natural do envelhecimento, mas pode ser acentuado quando o índice glicêmico está alterado. Resultados do trabalho indicam que o mau controle glicêmico, e não o diabetes em si, é um discriminador do declínio da velocidade de caminhada em pessoas idosas, independentemente das condições prévias de mobilidade. O declínio anual da velocidade de caminhada nos participantes com diabetes e pior controle glicêmico foi de 0,015 metro por segundo por ano. Já nos participantes diabéticos com controle glicêmico adequado, o declínio anual da velocidade de caminhada foi de 0,011 m/s por ano. “Já se sabia que o diabetes tinha um impacto negativo na velocidade da caminhada de pessoas idosas. O que não sabíamos, e o resultado do estudo nos surpreendeu muito, foi quanto o controle glicêmico adequado pode reduzir esse processo. Na comparação, as pessoas idosas com diabetes [controlado ou não] tiveram uma redução da velocidade de caminhada maior do que aquelas que não tinham a doença. No entanto, nos indivíduos com adequado controle glicêmico essa redução foi muito menor. Isso é mais um alerta para a importância de controlar o nível glicêmico”, afirmou o professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar, Tiago da Silva Alexandre, e orientador do estudo. Os dados são resultados de análise do acompanhamento de 3.202 idosos moradores da Inglaterra feito por oito anos pelo Projeto ELSA (acrônimo em inglês para Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento), realizado por pesquisadores do University College London (Reino Unido). Controle glicêmico Controle da diabetes evita a perda mais rápida da mobilidade em idosos — Foto: Reprodução / EPTV O controle glicêmico é avaliado por meio dos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) no sangue – parâmetro que reflete a quantidade de açúcar circulante. Nos indivíduos com diabetes, a meta glicêmica é atingida quando os níveis de HbA1c estão entre 6,5% e 7,0%, o que caracteriza o adequado controle glicêmico. Já níveis de HbA1c acima de 7,0% correspondem a um pior controle glicêmico. Os pesquisadores explicam que a redução da velocidade de caminhada é o produto final de todo o processo que envolve a alta de glicose e ocasiona prejuízos visuais, neurológicos e musculares. A diabetes é uma doença que tem impacto em diferentes órgãos do corpo, como os rins, os olhos, vasos sanguíneos, músculos e nervos. De acordo com Alexandre, a lesão vascular ocasionada pelo diabetes prejudica também a nutrição dos nervos e dos músculos. “O processo de glicação nos nervos, nos músculos e nos olhos vai paulatinamente afetando todas as etapas da caminhada. Vale lembrar que, para ter equilíbrio, é preciso, além de uma boa visão, ter músculos e nervos funcionando bem, mas, com todas essas perdas de função, a capacidade de caminhada fica prejudicada”, afirma. Veja os vídeos da EPTV Central

Postagens relacionadas

‘El Patrón’: Grupo investigado por tráfico sorteava pacotes de drogas com embalagens personalizadas em datas comemorativas

1ª fase da Unesp 2025 espera quase 5 mil candidatos em Araraquara, Rio Claro e São João da Boa Vista

Homem morre após se afogar na represa do Broa em Itirapina