Prosseguem as operações do exército de Israel. Na manhã de hoje (06/08), cinco cidades na Faixa de Gaza e na Cisjordânia foram atingidas. No domingo, 4 de agosto, as Forças de Defesa de Israel bombardearam duas escolas usadas como refúgio por civis palestinos, causando 30 vítimas. Danilo Feliciangeli, responsável pela Caritas Italiana para o Oriente Médio, comenta: “A situação é desesperadora”. Silvia Giovanrosa – Cidade do Vaticano A atenção do mundo inteiro neste momento está voltada principalmente para o Irã e um possível alargamento do conflito na região do Oriente Médio. No entanto, desde os ataques de 7 de outubro, quase 40 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza, um número que continuará a aumentar se não for alcançado um acordo para o cessar-fogo em breve. Atualmente, as negociações de paz estão em impasse. O assassinato, na semana passada, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, não ajudou na ação diplomática, que deveria ter trazido de volta os reféns israelenses e favorecido uma trégua. “As mortes aumentam dia após dia na Palestina e na Cisjordânia, palestinos e soldados israelenses continuam a perder a vida”, comenta Danilo Feliciangeli, responsável pela Caritas Italiana para o Oriente Médio. Os efeitos indiretos da guerra A guerra na Faixa de Gaza causou, além de mortes e feridos, uma série de problemas que ameaçam a sobrevivência do povo palestino. Danilo Feliciangeli destaca como agora é “quase impossível encontrar comida. Os cuidados médicos não existem mais, porque a maioria dos hospitais está fora de serviço e estão ocorrendo epidemias contínuas”. A intervenção da Caritas Italiana na Palestina A Caritas está em Gaza desde antes de 7 de outubro, onde a guerra continua há décadas. “Setenta operadores estão ativos principalmente na área de saúde – prossegue Feliciangeli – tanto para prestar socorro aos feridos de guerra quanto para assistir os doentes crônicos presentes na Faixa. Existem três postos médicos no território, na cidade de Gaza os operadores montaram ambulatórios, um outro posto estava no sul, em Rafah, mas várias vezes tivemos que nos deslocar devido às contínuas ordens de evacuação. O último posto é móvel, desloca-se conforme as necessidades”. Não apenas assistência O conflito atual na Palestina é fruto de 70 anos de guerra. Feliciangeli reitera como é necessário, portanto, intervir na raiz do problema através de projetos de reconciliação, que tenham como protagonistas os jovens. O objetivo é buscar pontos de união em vez de divisão para tentar encontrar uma narrativa diferente para este conflito armado. “Se não se trabalhar pela paz – afirma o responsável da Caritas Italiana – toda ação será paliativa, à espera da próxima guerra”. O plano da Caritas Italiana diante de uma expansão do conflito Os operadores da Caritas já estão presentes no Líbano, onde os confrontos de baixa intensidade continuam. “A situação se complicaria – explica – se o conflito se estendesse à Terra Santa e ao Irã, onde nossa intervenção seria mais difícil. Atualmente, a Caritas no Oriente Médio está avaliando a situação, mas existe muito medo entre os operadores e pelo resultado dos projetos em curso”, conclui Danilo Feliciangeli. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui
Dez meses de guerra, a situação humanitária na Palestina
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