Destino do lodo: resíduo retirado de estação de tratamento em Piracicaba não tem definição sobre local de descarte

Destino do lodo: resíduo retirado de estação de tratamento em Piracicaba não tem definição sobre local de descarte

O desafio da Prefeitura de Piracicaba e do Semae no momento é destinação correta do resíduo, que deve demorar pelo menos 12 meses para ocorrer, devido ao tempo levado pelo processo de secagem do lodo, segundo informações da autarquia. Após a ação de retirada do excesso de lodo da estação, a capacidade de tratamento voltou a operar quase em volume máximo, aponta o Semae. Na tarde de sexta-feira (17), a ETA chegou a tratar 728 litros de água por segundo, conforme balanço da autarquia. Despejo de resíduos Excesso de lodo foi armazenado em bags — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Atualmente, o excesso de lodo retirado do processo de tratamento de água e esgoto está armazenados em quatorze bolsas nas estações de tratamento de esgoto São Jorge e Ponte do Caixão. Serão cerca de 12 meses até que o resíduo seque e possa ser descartado. O coordenador de serviços da concessionária, Luís Gustavo Theodoro dos Santos, conta um pouco sobre o porquê de o processo precisar de tanto tempo para ser concluído. “Fica um bom tempo porque o bag exige que seja drenado a água do lodo, junto com a ação do sol ajudando nesse processo natural de secagem, e depois de seco a gente faz a remoção e encaminha pra aterro sanitário”, explica. O diretor do Semae de Piracicaba, Ronald Pereira da Silva, explica que o processo de destinação e despejo do excesso de logo pode ser caro e precisa ser analisado com cuidado pela pasta. “As possibilidades de retirada em definitivo estão sendo analisadas pelo Semae, vários estudos estão ocorrendo aqui pra que a gente ache a alternativa mais barata e mais eficiente pra população também”, detalha. Ainda segundo o diretor, uma solução definitiva para o problema depende de recursos e só deve ser resolvida a médio ou longo prazo. Justiça ETA Luiz de Queiroz em Piracicaba — Foto: Prefeitura de Piracicaba A liminar, publicada no dia 19 de dezembro, determinava que o Poder Público municipal deveria cumprir as seguintes exigências. 📝 Relembre, abaixo: Parar imediatamente de lançar resíduos e efluentes (lodo dos decantadores e águas de lavagem de filtros) das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Luiz de Queiroz I e II no Rio Piracicaba, sem o devido tratamento e em desacordo com os padrões legais estabelecidos;Realizar a correta destinação final dos resíduos gerados pelas ETAs, conforme exigido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pela legislação, apresentando relatórios bimestrais de comprovação;Elaborar, em até 15 dias, um Plano de Contingência e Racionamento que preveja medidas para mitigar os impactos no fornecimento de água e prevenir riscos à saúde pública, entregando ele à agência reguladora e à Vigilância Sanitária Municipal;Implantar um sistema definitivo de tratamento dos resíduos das ETAs Luiz de Queiroz I e II, com início de operação até 31 de março de 2026, além de apresentar, em até 15 dias, um cronograma detalhado das ações a serem adotadas. Problemas ambientais Lodo na estação de tratamento de água em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Entre os motivos citados durante a liminar que proibiu momentaneamente o despejo do lodo no Rio Piracicaba, estão os fatores ambientais. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o material poderia atrapalhar a piracema, período de reprodução dos peixes do Rio Piracicaba. Aterro Segundo a ambientalista Sílvia Regina Lobo, o lodo gerado pela captação de água pode ser altamente tóxico, e que até que não haja nenhum tipo de estudo que investigue a fundo a qualidade do resíduo, não deve ser despejado no rio novamente. “Como a gente tem a questão de esgoto clandestino que muitas vezes vem de empresas, pode ter metais pesados, pode ter produtos tóxicos. A água do rio ainda pode receber de imediato agora nas chuvas, restos de fertilizantes e defensivos químicos. O aterro é o melhor destino, é caro mas nesse momento até que você não tenha um estudo muito profundo sobre a qualidade desse lodo, é a melhor solução”, analisa. O diretor do Semae frisa que, atualmente, a Pasta pretende evitar ao máximo que volte a haver despejo desse tipo de resíduo dentro do Rio Piracicaba, mas que não há entendimento por parte do órgão sobre a possibilidade do lodo ser tóxico. “Estamos evitando chegar nesse ponto. Que fique bem claro que nós estamos possibilitamos a voltar a despejar esse lodo no Rio Piracicaba, porque é um lodo do próprio rio e no nosso entender ele não tem essa nocividade ao meio ambiente como foi falado”, aponta. Falta d’água De acordo com o Semae, responsável pelo serviço de abastecimento na cidade, o resíduo como um dos motivos dos constantes problemas de falta de água no município, que tem acometido diversos bairros ao longo do último ano. Falta de água em Piracicaba é alvo de reclamação de moradores O presidente do Semae explica que o local onde o resíduo estava parado na verdade deveria estar ocupado por água em estado de decantação, diminuindo a capacidade de tratamento da estação. “Precisamos retirar de forma urgente o lodo que está no tanque de decantação para que volte a produção de água com sua capacidade plena. Nós temos na estação Luiz de Queiroz a capacidade de tratamento de 750 litros de água por segundo, e hoje está tratando 400 litros de água [por segundo]”, explica Ronald. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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