Lar Cidades Dengue: com 121 mil infectados e 84 vidas perdidas, Campinas teve em 2024 maior epidemia da história

Dengue: com 121 mil infectados e 84 vidas perdidas, Campinas teve em 2024 maior epidemia da história

por admin
0 comentário
dengue:-com-121-mil-infectados-e-84-vidas-perdidas,-campinas-teve-em-2024-maior-epidemia-da-historia

Metrópole entrou em estado de emergência e momento de pico da doença superlotou hospitais. Com 121 mil infectados e 84 mortes, relembre a maior epidemia de dengue da história Campinas (SP) registrou a maior epidemia de dengue da sua história em 2024. O número de casos e mortes confirmadas ao longo de 12 meses superou os índices de 2015 que, agora, passa a ser a segunda maior. Nesta reportagem, o g1 relembra os eventos mais marcantes e críticos da crise, que resultou em 121.095 pessoas infectadas e 84 vidas perdidas. Segundo a administração municipal, em 2025, o cenário pode ser igual ou pior ao deste ano. *O número de contaminados e mortos informados na reportagem foram atualizados pelo município em 23 de dezembro. Até o fim de 2024, o saldo final pode ser alterado. Mosquito da dengue. — Foto: Reprodução/EPTV A epidemia mostrou a sua força logo no início do ano. O primeiro trimestre teve o maior em número de casos da história para o período, segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa), e já representava 3ª maior epidemia desde 1998, quando os dados passaram a ser contabilizados. Mosquito do Aedes aegypti, transmissor da dengue — Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas A metrópole viveu o pico da dengue entre 7 e 13 de abril (semana epidemiológica 15), com o número de pelo menos 8.515 moradores com dengue. Este foi o maior volume de pessoas com sintomas e confirmação da doença em uma única semana na cidade em toda a série disponível no Painel de Arboviroses, com dados desde 2012. Na época, o Hospital Beneficência Portuguesa declarou que a demanda de internação foi alterada por ‘questões de rotina’, como quadros pulmonares e neurológicos, mas que os casos de dengue também levaram a uma sobrecarga no pronto-socorro. Hospital Beneficência Portuguesa, em Campinas — Foto: Luciene Beck Enquanto registrava o maior número de infectados pela doença, Campinas iniciou a vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em 11 de abril. A metrópole recebeu 18.063 doses e as distribuiu entre os 68 centros de saúde. Campinas recebe nova remessa de vacina contra a dengue — Foto: Fernanda Sunega 5. Campinas registrou queda no nº de infectados pela doença em julho A cidade teve um alívio no número de casos e mortes em julho, quando atingiu o menor número de novos casos da doença desde a primeira semana de 2024. Entre 14 e 20 de julho, a cidade registrou 345 confirmações. Na 1ª semana do ano, metrópole tinha notificado 396 casos. “Essas mudanças climáticas são o ponto-chave, uma vez que aumentam a disponibilidade de tempo para a transmissão, da dengue e de outras arboviroses, como chikungunya, zika e oropouche”, explica. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, tem uma grande capacidade de adaptação. — Foto: CDC Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas apontou que o aumento de 1ºC na temperatura pode elevar em até 40% os casos de dengue na metrópole. O estudo foi publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e foi conduzido por pesquisadores dos institutos de Economia e Filosofia e Ciências Humanas. O levantamento cruzou dados mensais de incidência de dengue registrados pela Secretaria Estadual de Saúde, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2022, com as médias de temperatura mensal no mesmo período, estabelecidas pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). A relação entre o aumento de chuvas e a quantidade de casos de dengue também foi investigada pela pesquisa. No entanto, os cálculos mostraram que a temperatura é mais importante para configurar um crescimento. Segundo o Cepagri, o ano de 2024 teve temperaturas acima do esperado em todos os meses. Calor foi o maior desde 1890 em Campinas — Foto: Reprodução/EPTV Com a projeção de que o cenário em 2025 possa ser igual ou pior ao deste ano, Campinas mantém o alerta ligado para possíveis picos de caso. Entre os indicadores que preocupam o Departamento de Vigilância Epidemiológica da metrópole (Devisa), estão a circulação dos três sorotipos diferentes, a alta expressiva de casos no 2º semestre e o fato de que uma pessoa pode ser infectada por até quatro vezes. Além disso, de acordo com dados atualizados pelo Devisa, de julho a outubro de 2024, a cidade teve 3,6 mil pacientes infectados com dengue. No mesmo período de 2023, quando já havia o alerta para a explosão de casos neste ano, o saldo era de 662 infectados, o que indicou uma explosão de registros. “Temos vários vetores que nos trazem uma grande preocupação, que é uma expectativa de casos iguais ou maior que em 2024, somado a isso ainda um alerta de chicungunya”, disse a diretora do Devisa, Wanice Port. Larvas do mosquito do Aedes aegypti, transmissor da dengue — Foto: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas 8. O que diz a Prefeitura de Campinas? A Secretaria de Saúde municipal comunicou, em 21 de novembro, a expansão do plano de ações que já havia colocado em prática em 2024 para atuar no combate à doença e na remoção de criadouros do mosquito Aedes Aegypti, que transmite a infecção, além da zika e chikungunya. Na época, cerca de 100 focos de dengue foram localizados em oito imóveis nos bairros Centro, Vila Nogueira, Vila Pompéia, Jardim São Jorge, Jardim Cristina, Cidade Singer e Jardim Planalto de Viracopos. Segundo a administração municipal, 75% dos focos de dengue estão dentro das residencias, e habitualmente agentes são impedidos de entrar em metade das casas por recusa ou ausência do morador. Além dessa primeira medida, Campinas pretende usar de imagens de satélite da Polícia Federal para localizar eventuais imóveis com grandes quantidades de criadouros e usar inteligência artificial para reduzir o percentual de imóveis sem acesso durante ações contra dengue. Confira todas as medidas, abaixo ⬇️ 🧑‍🤝‍🧑 Capacitar de lideranças de bairros;💉 Reforçar o estoque de insumos utilizados no tratamento de dengue e chikungunya;👩🏽‍⚕️ Capacitar profissionais de saúde das redes pública e privada;🏥 Reunir com representantes dos hospitais privados;🏠 Reunir representantes do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) para a fiscalização em imóveis vazios;📺 Campanha publicitária educativa em diversos canais de comunicação;👮 Intensificação do trabalho do Grupo de Resposta Unificada (GRU);🏚️ Realização de mutirões nas áreas com alta transmissão da doença;⛪ Reunião com as comunidades religiosas;⚡ Parceria com a concessionária CPFL na identificação de casas com criadouros e mensagens educativas nas contas de energia.🏚️ Colocação de aviso nas residências em que as equipes não conseguem entrar. 9. Peguei dengue, e agora? Como saber se você está com dengue e se é grave A Secretaria de Saúde recomenda aos moradores que, caso apresentem febre, procurem centros de saúde ‘imediatamente para diagnóstico clínico’ e não banalizem os sintomas ou façam automedicação. 🌡️ Embora a dengue não tenha um medicamento específico, há uma série de medidas clínicas que podem evitar o agravamento e óbito, se feitas a tempo. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alarme. São eles: dor abdominal;muitos vômitos;algum sinal de sangramento (gengiva, por exemplo);menstruação em maior volume, no caso das mulheres;e sensação de desmaio. 🚨 Ao apresentar algum desses sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região

você pode gostar