Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego e foram compilados em um estudo do Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba, assinado por Cristiane Feltre, professora da Escola de Negócios da PUC-Campinas, além de Eliana Tadeu Terci e Carlos Eduardo de Freitas Vian, professores do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP. No primeiro e segundo trimestres deste ano, esse motivo de desligamento havia crescido 15,9% e 25,1%, respectivamente, em relação aos mesmos trimestres do ano passado. No boletim do 3º trimestre deste ano, as demissões a pedido continuam aquecidas, com um aumento de 23,4% em relação a 2023. “Uma das hipóteses para esse fenômeno é um mercado de trabalho mais aquecido, e a consequente busca por uma oportunidade melhor; uma segunda hipótese reflete, em partes, o comportamento do trabalhador pós-pandemia, que passou a ponderar a decisão de se manter em um posto de trabalho se este afeta a sua qualidade de vida; e a terceira está relacionada a um maior número de jovens no mercado de trabalho, que buscam por vagas mais alinhadas às suas expectativas e trocam de emprego com maior frequência”, elencam os pesquisadores. Na sequência, aparecem as demissões sem justa causa, com 41,2%. Mais frequente entre jovens O número de demissões a pedido ocorreu com maior intensidade na faixa etária de 18 aos 30 anos – 61,4% -, apesar de representarem 45,9% dos desligamentos totais. Motivos da saída Os autores também citam uma pesquisa feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego com 53.692 trabalhadores brasileiros entre os meses de novembro de 2023 e abril de 2024 sobre os principais motivos para os pedidos de desligamento. Outro emprego em vista (36,5%); Salários baixos (32,5%); Não reconhecimento no trabalho (24,7%); Problemas éticos com a forma de trabalho da empresa (24,5%); Adoecimento mental (23%); Problemas com a chefia imediata (16,2%); Inexistência de flexibilidade de jornada (15,7%). Daqueles que foram recolocados, 63% obtiveram outro emprego em até 30 dias e 58% tinham salários de admissão mais elevados do que os salários de desligamento. “Parte desta pesquisa reflete o aquecimento do mercado de trabalho com a redução persistente da taxa de desemprego no Brasil, que chegou a 6,4% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Nacional por amostra de domicílios – PNAD Contínua – do IBGE”, acrescentam os autores. Saldo positivo de empregos Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e mostram que a região teve um saldo positivo de 767 vagas no mês passado, uma alta de 4,5% em relação a setembro de 2023. Cargos que mais empregam Os cargos de construção de rodovias e ferrovias e fabricação de produtos de metal, borracha e material plástico foram os que mais geraram postos de trabalho no período. Confira a lista abaixo: Construção de rodovias e ferrovias – 162 vagasFabricação de produtos de metal – 84Fabricação de produtos de borracha e de material plástico – 74Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos – 73Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias – 67Transporte rodoviário de cargas – 65Fabricação de produtos têxteis – 61Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros – 57Restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas – 53Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico: 50 vagasServiços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados a empresas – 50Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção: 49 vagasEducação infantil e ensino fundamental – 48Transporte rodoviário de passageiros – 47Comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos – 46Fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários – 45 A metrópole foi a que teve o maior saldo de empregos, com 647, seguida por Capivari, com 138. Segunda cidade mais populosa, Limeira gerou 40 postos. Já Nova Odessa teve um saldo negativo de 168 empregos. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Demissões a pedido lideram motivos de saídas de empresas na região de Piracicaba
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