A investigação envolve a Operação Jogo da Vida, da 2ª Promotoria de Justiça de Piracicaba e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e aponta que a organização criminosa é uma das maiores na exploração de jogos de azar no país, com atuação em diversas cidades e envolvimento com corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro. Na denúncia contra a organização, à qual o g1 teve acesso, o Ministério Público detalha que as funções do integrantes iam de “soldados” a “diretores”. A seguir entenda como cada um atuava no esquema, de acordo com as investigações: MP realiza operação contra crimes envolvendo jogos de azar em Piracicaba Irmãos comandavam esquema Segundo as apurações, dois irmãos comandavam a organização. Um deles seria uma espécie de “diretor administrativo” que coordenava as ações a serem desenvolvidas, enquanto o outro seria um “diretor operacional”, que repassava ordens aos subordinados. As ordens eram tomadas em conjunto entre os irmãos, que possuíam o poder de mando entre todos. O motivo de ambas as mortes, conforme o MP, foi a disputa por pontos de jogos de azar. Dinheiro e armas apreendidos durante a Operação Jogo da Vida — Foto: Reprodução/Polícia Militar de Piracicaba Montador e distribuidor das máquinas Um dos chefes regionais do grupo era o responsável pela montagem e distribuição das máquinas de jogos de azar em diversos locais do país, entre eles Piracicaba e região, por meio de uma empresa. “As máquinas eram distribuídas em estabelecimentos comerciais (bares, lanchonetes e restaurantes) e o lucro ilícito obtido era repartido entre os irmãos [diretores] e demais lideranças da organização criminosa”, aponta trecho da denúncia assinada por Aluisio Antonio Maciel Neto, promotor de Justiça do Júri de Piracicaba. Saco de dinheiro apreendido durante Operação Jogo da Vida, em Piracicaba — Foto: Reprodução/ EPTV Coletor do dinheiro e contador Um dos denunciados era uma espécie de gerente financeiro da organização, com a responsabilidade de receber o dinheiro obtido semanalmente com a exploração de jogos de azar e fazer a contabilidade financeira do grupo. Ele é apontado, também, como uma das duas pessoas envolvidas na execução de Felipe Roberto Casale, a mando dos chefes do grupo. Manutenções das máquinas A Promotoria revela a existência de um gerente operacional na organização e que o papel dele era o de coordenar as equipes de manutenção das máquinas de jogos de azar. Tiros em carro de empresário executado no bairro Paulista em Piracicaba (SP) — Foto: Polícia Militar ‘Cobradores de dívidas’ Duas pessoas ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) se vincularam ao grupo denunciado como um braço armado e “cobradores” de dívidas, inclusive com a execução de desafetos. Um deles coordenava eventuais cobranças a serem feitas e era o responsável por manter a aproximação de integrantes do PCC à organização chefiada pelos irmãos. O outro era um dos “soldados” mantidos pelo coordenador, a quem eram destinadas “missões” a serem executadas. O coordenador das cobranças é apontado como um dos envolvidos no assassinato de Felipe Roberto Casale. Já o “soldado” é identificado como o condutor de uma motocicleta utilizada no crime. Suspeitos de envolvimento na execução de Felipe Roberto Casale, em 15 de março de 2024 — Foto: Reprodução/Polícia Militar VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região