Em sua mensagem para o Domingo do Mar, em 14 de julho, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, convida as Igrejas a dar visibilidade a quem trabalha no setor marítimo, promovendo sua dignidade e seus direitos. Olhando para a obra de São Paulo, o cardeal pede que se incentive o intercâmbio e a solidariedade entre povos e religiões: “Não podemos ser abertos às possibilidades da vida se preferirmos o conforto do familiar”. Antonella Palermo – Vatican News Acolher quem precisa de um porto seguro, de encontrar um lugar ao qual pertencer, de ouvir uma comunidade. Este é o convite prioritário expresso pelo prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny, em sua mensagem para o Domingo do Mar, que este ano se celebrada em 14 de julho. Aos milhões de trabalhadores do setor marítimo, o purpurado deseja, na mensagem divulgada nesta segunda-feira (24/06), que eles possam sentir o trabalho da Igreja que torna visível suas realidades cotidianas invisíveis. Dar visibilidade às condições de trabalho “invisíveis” As pessoas envolvidas com o trabalho no mar – tripulações de navios, portuários, rebocadores e estivadores, guarda costeira, trabalhadores do tráfego e de resgate, funcionários da alfândega e pescadores – têm a oportunidade de experimentar a beleza ilimitada da natureza, mas também, muitas vezes, a escuridão física, espiritual e social. A partir dessa premissa, o cardeal Czerny enfatiza o valor do ministério para os marítimos (voluntários, capelães, membros das igrejas locais nos portos) que, mesmo com salários proporcionais aos sacrifícios impostos, são “ameaçados pela injustiça, exploração e desigualdade”. Promover a unidade e o intercâmbio entre os povos Trata-se de “trazer a periferia para o centro”, observa Czerny, que enumera algumas maneiras de intervir: “Encontrando as pessoas do mar pessoalmente e em oração; melhorando as condições materiais e espirituais dos trabalhadores; defendendo a dignidade e os direitos dos trabalhadores; apoiando o fortalecimento das relações e políticas internacionais para salvaguardar os direitos humanos daqueles que viajam e trabalham longe de suas famílias e pátrias”. O convite é para promover a inclusão dessas pessoas a fim de “aumentar a compreensão mútua e a solidariedade entre todos os povos e religiões”. O modelo a ser seguido é o de São Paulo, que passou muito tempo no mar. Foi ele quem lembrou o vínculo que os unia, num momento de tensões e risco de divisão na comunidade de Corinto com a chegada dos novos fiéis. Acolher o estrangeiro O prefeito lembra em sua mensagem que, na época das primeiras missões dos apóstolos, cada novo navio que chegava significava mais encontros e intercâmbios, mais abertura para o novo e para as vastas possibilidades além das margens locais. O convite, portanto, é para “acolher o estrangeiro”: isso pode nos desafiar quando “preferimos permanecer social e espiritualmente isolados”, observa o Cardeal Czerny, no entanto, ressalta ele, “não podemos ser abertos às possibilidades da vida se preferirmos o conforto familiar. O caminho da abertura é o caminho da esperança. É necessário educar para a fraternidade e amizade social”. Ao confiar os marítimos a Nossa Senhora, Estrela do Mar, o cardeal espera que “os marítimos se sintam parte da Igreja onde quer que estejam”. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui