O Cremesp informou que a proibição total “acaba cerceando o direito de que profissionais capacitados e habilitados, no caso, os médicos, realizem procedimentos com fenol, o que, na visão do Cremesp, é incabível”. “Por isso a necessidade e importância do ingresso de novo incidente processual por parte da Autarquia, pois estamos diante de uma das maiores conquistas na defesa do ato médico, em nomes das médicas e médicos paulistas”, completou. Paciente que morreu pouco após fazer peeling de fenol e antes de passar mal — Foto: Reprodução Atualmente, é possível encontrar farmacêuticos, biomédicos e esteticistas comprando o peeling de fenol para aplicá-lo em pacientes. O Cremesp e Conselho Federal de Medicina (CFM) defendem que somente médicos com especialização em dermatologia estão habilitados a executar o procedimento estético por considerá-lo invasivo. O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Heitor de Sá Gonçalves, criticou a proibição total no uso do produto. “É importante dizer que isso é um grande equívoco, porque ao contrário do que diz a resolução, nós temos muitas evidências de eficácia e segurança do fenol – quando realizado com os cuidados imprescindíveis como monitoramento cardíaco, hepático, renal, conhecimento da técnica e controle do pós procedimento. Somos veemente contra a proibição do uso de fenol para médicos capacitados e habilitas”, afirma. Proibição da Anvisa Segundo a Anvisa, a medida cautelar tem o objetivo de “zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à Agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”. Em nota, a agência informou que a determinação ficará vigente durante as investigações sobre os potenciais danos associados ao fenol. O Cremesp procurou a Justiça para suspender a venda do fenol para quem é leigo em meio à repercussão da morte do empresário Henrique Silva Chagas após ele passar por peeling de fenol em São Paulo. Morte de empresário Natalia Becker e Henrique Silva Chagas — Foto: Reprodução O Cremesp procurou a Justiça para suspender a venda do fenol para quem é leigo após a morte do empresário Henrique Chagas dentro de uma clínica após fazer o procedimento no local. Ele tinha 27 anos e era dono de um pet shop em Pirassununga, interior de São Paulo, onde foi enterrado. Quem aplicou o produto nele foi a influencer Natalia Becker, nome fantasia de Natalia Fabiana de Freitas Antonio. Ela tem 29 anos, é dona do Studio Natalia Becker, na Zona Sul da capital paulista, e possuía mais de 230 mil seguidores no Instagram, até fechar a conta após a repercussão da morte do paciente. Apesar de se apresentar como esteticista, Natalia não é reconhecida pela Associação Nacional dos Esteticistas e Cosmetólogos (Anesco). Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Técnico-Científica irá apontar o que matou o paciente. A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pela morte do paciente. A principal hipótese é a de que Henrique morreu por causa do fenol, produto químico usado para escamar a pele, fazendo com que ela rejuvenesça depois. Peritos ouvidos pela reportagem disseram que Henrique pode ter inalado o produto, tido uma reação alérgica, se asfixiado e tido uma parada cardiorrespiratória. Natalia Becker, dona o estabelecimento e responsável por aplicar o fenol em Henrique, foi indiciada pela polícia por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Ela responde ao crime em liberdade. Em entrevista exibida neste último dia 9 de junho pelo Fantástico, Natalia disse que a morte de Henrique “foi uma fatalidade”. O Studio Natalia Becker foi fechado pela prefeitura de São Paulo após a morte do paciente por suspeita de irregularidades. Dona de curso de fenol é investigada Farmacêutica Daniele Stuart oferece cursos de estética pela internet — Foto: Reprodução/Instagram Em seu depoimento à polícia, Natalia disse ter feito um curso online em 2023 pelo período de seis horas para saber como aplicar o peeling de fenol. As aulas foram dadas pela farmacêutica e biomédica Daniele Stuart, que tem uma clínica em Curitiba, no Paraná. Como Daniele também não é médica, a Polícia Civil em Curitiba investiga a farmacêutica por suspeita de exercício ilegal da medicina. Ela é proprietária da Clínica Neo Stuart. Vídeos gravaram paciente em clínica Imagem da câmera da clínica em SP onde empresário morreu após realizar procedimento estético. — Foto: Fantástico Henrique decidiu fazer o peeling de fenol porque se queixava de marcas de acne que adquiriu na adolescência. Vídeos que estão com a Polícia Civil de São Paulo mostram o paciente na clínica de Natalia Becker com o rosto sendo cortado e sangrando após uma funcionária usar uma caneta com uma agulha na ponta. Ele pagou R$ 5 mil pelo tratamento. Além desses vídeos, a polícia analisa filmagem feita pelas câmeras de segurança do estabelecimento. Nas cenas, é possível ver quando Henrique passa mal. Imagens mostram paciente que fez peeling de fenol momentos antes de passar mal em SP
Cremesp entra com nova ação na Justiça para pedir que a Anvisa libere a venda e uso de produtos à base de fenol só para médicos
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