A creche, que atende crianças de 0 a 3 anos, tem goteiras e vazamentos no teto há anos. O problema foi parar no Ministério Público, que determinou que obras fossem realizadas para a contenção da água. O prazo terminou há dois anos. A prefeitura disse que está trocando as telhas quebradas e aguarda liberação de recursos para a reforma do Cemei (veja o que disse a prefeitura na íntegra abaixo). Preocupação Cemei Professora Amélia Meirelles Botta, em São Carlos, tem goteiras e vazamentos de água do teto — Foto: Reprodução EPTV Somente nos oito primeiros dias de novembro, São Carlos registrou 199.75 mm de chuva, segundo a Defesa Civil, motivo de apreensão dos funcionários da creche. “A nossa preocupação maior são as crianças porque assim que a gente vê que choveu à noite já pensa o que a gente vai achar de manhã, em que condições a gente vai conseguir receber as crianças”, diz a professora Ruthe Silva. Por todo o canto é possível ver o caminho que a água da chuva percorre na parede após escorrer pelo forro. Um dos pontos atingidos é o almoxarifado, onde são guardados documentos da creche. As lâmpadas do banheiro estão sempre queimadas, já que a água normalmente escorre por elas. Água escorre por coifa de creche de São Carlos quando chove — Foto: Reprodução EPTV Na cozinha, a água escorre pelas paredes e pela coifa. Foi preciso retirar o fogão debaixo do equipamento e colocar em outro lugar. “Preocupação é grande porque você já imaginou essa água que cai de cima caindo na panela é água suja, não tem não tem condições’, afirmou a merenderia. Ela trabalha no CMEI desde 2017 e contou que desde que chegou aqui o local enfrenta esse problema ela é uma das responsáveis pelas refeições das crianças e fica cada vez mais preocupada coma situação. “Nós colocamos balde para tentar segurar um pouco a água, mas isso não resolveu muito porque enchia, gente esvaziava, mas mesmo assim transbordava apareceu outras goteiras que foi a coisa foi ficando pior”, contou a merendeira Isabel Cristina Rodrigues. O problema se arrasta por anos. Em novembro do ano passado, a chuva invadiu o berçário e os berços precisaram ser retirados para não ficarem molhados. Para a diretora Bárbara Floriano, a situação coloca a todos que estão na creche. “Questão de saúde para as crianças, para os funcionários e eu e eu me preocupo muito com a questão da integridade física, a gente fica fica sempre tenso”, afirmou. Em abril e maio, ela entrou com dois pedidos do Ministério Público para uma reforma urgente do telhado da unidade. Na análise do caso, o promotor de justiça Sérgio Domingos de Oliveira anexou um arquivo que mostra que o Cemei já estava na lista das unidades que devem ter algum tipo de reforma desde 2022. Relatório do Ministério Público pediu reforma de Cemei Amélia Botta em 2022 — Foto: Reprodução EPTV O Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos de São Carlos (Sindspam) foi indicado pelo MP como responsável pelo acompanhamento das obras. Por telefone, o tesoureiro do sindicato, Gilberto Rodrigues, disse que a prefeitura tem até 30 de dezembro para deixar os alvarás e os Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCBs) em ordem. “A gente precisa que faça essa reforma estrutural, mexa toda essa estrutura. Prometeram pintura nas unidades, mas sem mexer na estrutura como que a gente vai pintar? Como que vai passar uma tinta numa parede que está toda úmida, com buraco? Então, reforma, mexe no telhado primeiro, reforma as paredes e pinta a escola, aí sim, possivelmente, a gente vai estar com uma qualidade melhor para atender nossas crianças”, afirmou a professora Ruthe. O que diz a prefeitura Cemei Professora Amélia Meirelles Botta, em São Carlos — Foto: Reprodução EPTV A Secretaria Municipal de Educação (SME) disse, por meio de nota, que o Cemei Amélia Botta recebeu intervenções no telhado para substituição de telha quebrada que estava ocasionando goteira na cozinha da unidade. “O departamento de manutenção da SME, acompanhado por engenheiro da Secretaria de Obras Públicas, estiveram no local para fiscalização dos serviços.” Disse ainda que está sendo realizada a colocação de telhas e chapas galvanizadas embaixo das telhas quebradas e a vedação da laje com manta impermeabilizante. “De acordo com a Secretaria de Obras Públicas os servidores e alunos não correm risco, já que a estrutura da unidade não está comprometida. A SME ressalta, ainda, que já está na programação a troca do telhado e reforma total da escola”, afirmou a nota. Segundo a prefeitura, o processo licitatório para a reforma já foi concluído e está aguardando a liberação de recursos de R$ 271.097,71 para execução da obra. Veja os vídeos da EPTV Central