Jefferson Bezerra Mesquita, de 26 anos, começou a frequentar o curso em fevereiro e desde então já consegue sonhar com o futuro. “Eu me tornei um ser humano melhor, voltei a sonhar, coisa que até janeiro deste ano eu não conseguia mais. Os meus sonhos estavam adormecidos”, disse. Cada vez mais familiarizado com as palavras, o objetivo dele agora é tornar-se jornalista. Jefferson Bezerra Mesquita, de 26 anos, começou a frequentar o curso em fevereiro em Araraquara — Foto: Leandro Vicari/EPTV A empregada doméstica Cleide Maria Cavalcante de Melo, de 58 anos, chega ao serviço às 8h e só vai embora às 17h. Mas, em vez de ir para casa descansar, ela tem outro compromisso. Faz dois anos que também frequenta o curso para realizar o sonho de aprender e escrever. “Eu não sabia nada, só escrever meu nome. Agora eu já tô lendo um pouco, escrevendo. Sinto que eu tô bem. Do jeito que eu era, melhorei bastante”, contou. A empregada doméstica revelou que o próximo objetivo é tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) porque o marido não pode mais dirigir devido a um acidente vascular cerebral (AVC). “Eu já fui até pesquisar os preços da carta, sabe, tô empolgada e tenho fé que vou tirar a minha carta”, disse. A turma reúne 13 alunos de várias idades e histórias de vida diferentes, mas, em comum, o mesmo empenho em aprender a ler e escrever. Cleide Maria Cavalcante de Melo, de 58 anos, frequenta o curso em Araraquara há dois anos — Foto: Leandro Vicari/EPTV Dia Mundial da Alfabetização Neste domingo (8), é comemorado o Dia Mundial da Alfabetização. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1967, com o objetivo de incentivar o ensino. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 11,4 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever. O número é alto, mas vem caindo. Em 2010, ao menos 9,6% dos brasileiros com mais de 15 anos eram analfabetos. Doze anos depois, em 2022, essa parcela caiu pra 7%. Professora Maiara Pugliesi ensina a dona Cleide e toda a turma de jovens e adultos em Araraquara — Foto: Leandro Vicari/EPTV Quem teve o privilégio de ser alfabetizado na infância, muitas vezes nem percebe, mas as palavras estão em todos os lugares e aprender a decifrar esse código faz toda a diferença. “Às vezes até em uma consulta precisa pegar uma senha para poder esperar para chamar seu nome. Às vezes eu tenho que levar meu marido, minha mãe. Eu sempre dependia do povo, agora eu já não dependo mais”, disse Cleide. A professora Maiara Pugliesi ensina a dona Cleide e toda a turma de jovens e adultos. Ela dá aula todos os dias da semana, um trabalho nobre, capaz de transformar a vida de tanta gente. “É um trabalho maravilhoso. Eu já alfabetizei crianças, mas com adulto você percebe a importância que eles tratam, com carinho, é muito gratificante”, disse. Alunos do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos de Araraquara (SP) — Foto: Leandro Vicari/EPTV REVEJA VÍDEOS DA EPTV: