Comitês traçam paralelo com o RS e alertam sobre cenário que alterna entre pouca chuva e enchentes na região de Piracicaba

Comitês traçam paralelo com o RS e alertam sobre cenário que alterna entre pouca chuva e enchentes na região de Piracicaba

Mudanças climáticas que afetam o Rio Grande do Sul também tem chamado a atenção nas Bacias PCJ (dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que corta a região de Piracicaba (SP) e Campinas (SP). É o que aponta um posicionamento dos Comitês PCJ, divulgado nesta sexta-feira (7). Segundo o órgão, tem ocorrido um cenário que alterna entre registros de inundações e períodos chuva abaixo da média. No documento, o colegiado contextualiza que, devido a sua extensão territorial que reúne 76 cidades, as Bacias PCJ têm apresentado contrastes de disponibilidade hídrica “cada vez mais evidentes com as mudanças climáticas”. “Ao mesmo tempo, durante a estiagem, algumas captações demonstram estar em estado regular de abastecimento enquanto outras, pontuais, passam por extremos desafios quanto à segurança hídrica”, aponta. “Alguns [municípios], que estão próximos aos reservatórios do Sistema Cantareira, acabam por terem vazões garantidas pelas descargas destas barragens. Contudo, este mecanismo beneficia diretamente 19 municípios das Bacias PCJ. Os demais, possuem soluções locais e regionais sujeitas a variações da oferta de água”, acrescenta. ARQUIVO: Trecho do Rio Piracicaba assoreado, em novembro de 2023 — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Menos chuva antes do ‘período seco’ Apesar do chamado “período seco” – que tem histórico de redução das chuvas por cinco meses – começar neste mês de junho, os comitês apresentaram dados para alertar que o primeiro semestre já teve volumes de chuva menores que a média histórica. “Até o momento, também devido as adversidades climáticas, os índices de precipitação têm sido menores. Tomando o mês de abril como referência, o índice de chuva nas Bacias PCJ esteve 43% abaixo da média histórica, significando menor recarga da água presente nos solos e, consequentemente, menores vazões nos corpos d´água”, detalhou. O Rio Jaguari teve vazões cerca de 65% abaixo da média para o mesmo mês. Já o Rio Piracicaba apresentou 56% abaixo do esperado, enquanto o Rio Atibaia 38% abaixo de seu habitual. O nível de reservação do Sistema Cantareira atualmente está em 69,8% de sua capacidade, indicando operação nas faixas normal e atenção ao longo de 2024. Chuva alaga avenida de Piracicaba em 14 de fevereiro de 2024 — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Paralelo com mudanças climáticas no RS O colegiado também alerta que com as variações climáticas e o “comportamento cada vez mais imprevisível das chuvas”, estudos e planejamentos de médio e longo prazo têm se tornado ainda mais importantes para adoção de providências preventivas para garantir abastecimento. “Não diferente das intempéries climáticas que acometem a maior parte do estado do Rio Grande do Sul neste momento, as diversas localidades das Bacias PCJ também apresentam contrastes climáticos constantes e impactos recorrentes que merecem atenção e providências. Em proporções reduzidas, porém com impacto semelhante, inundações crônicas têm sido observadas no perímetro urbano das cidades. Ao mesmo passo, em ciclos anuais, diversas cidades sofrem com o início do período seco e com abastecimento intermitente”, compara. ‘Maior resiliência’ para evitar ‘agravamento’ na estiagem Segundo o documento, para um futuro mais seguro e adaptado às novas condições ambientais é necessário buscar maior resiliência climática. “Políticas públicas bem estruturadas podem mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger comunidades vulneráveis. Como uma conduta permanente para moradores das cidades, irrigantes e industriais, o uso racional da água deve ser praticado por todos para que toda água seja poupada, em vista de agravamentos possíveis em futuras estiagens dos próximos anos”, alerta o colegiado. Estação de Tratamento de Água (ETA) em Piracicaba (SP) — Foto: Reprodução/EPTV Ações sustentáveis e de conservação O órgão ainda aponta que cada prefeitura deve fazer uma análise técnica detalhada sobre o cenário atual local e tomar providências efetivas em seus sistemas de captação, tratamento e distribuição para evitar o desabastecimento de suas populações. “Investir em infraestruturas sustentáveis e programas de conservação de recursos naturais também é essencial”, orienta. O órgão explica que prefeitura podem solicitar recursos financeiros aos Comitês PCJ para ações como combate às perdas nas redes de distribuição, macrodrenagem urbana e rural, além de diversas iniciativas de proteção e recuperação de mananciais. Além disso, como gestor das descargas do Sistema Cantareira, o órgão anunciou, na última terça-feira (4), o aumento da vazão de 3,5 para 4,5 metros cúbicos no Rio Atibainha. Para o Rio Cachoeira foi mantida a vazão de 4,5 metros cúbicos. Na Represas Jaguari e Jacareí continua a vazão de 0,25 metro cúbico. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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