Entre elas está um Epinossauro, que pesa quase uma tonelada e tem 2,4 metros de altura por 4,2 metros de comprimento, e chama atenção no município. Sua paixão pela arte também está exposta na sede do batalhão em que trabalha, em Porto Ferreira (SP), com esculturas de concreto de dois bombeiros. Bombeiro-artesão faz escultura de uma tonelada com material reciclável “Eu vi que alguns postos de bombeiros tinham esculturas de bombeiros, e eles me autorizaram a fazer no batalhão de Porto Ferreira . Foi um voto de confiança e que me incentivou a fazer minha arte”, contou. Obras de peso As primeiras esculturas começaram a serem feitas em 2021 e desde então, ele começou a se inspirar em brinquedos da infância, como os dinossauros e outros animais. As esculturas têm o tamanho real dos modelos e a maior é um Epinossauro que está exposto em um mercado de Santa Cruz das Palmeiras. Bombeiro se dedica à arte em Santa Cruz das Palmeiras Para o transporte da robusta obra de arte, um caminhão munck foi necessário. O veículo é um equipamento de grande porte utilizado em içamento de cargas pesadas, e a “operação” durou 4h30 para ser realizada. “Como é uma escultura muito grande, eu não tinha como deixar em casa. Falei com o proprietário do mercado, que é um amigo, e agora vai ficar lá até o final do ano”, contou. Escultura de dinossauro criada por bombeiro e artesão Carlos Henrique Tomé, de Santa Cruz das Palmeiras (SP). — Foto: Arquivo pessoal 300 horas de trabalho Tomé faz suas as criações em de metal em uma oficina adaptada em seu quintal. Ele também utiliza um barracão para as obras maiores. O trabalho é artesanal e leva meses para ficar pronto. Peças grandes e pequenas, como parafusos, pistões e embreagens de disco lentamente se transformam em figuras metálicas. Desenhos feitos pelo bombeiro-artesão norteiam as esculturas, mas Tomé é modesto e diz que não é desenhista. Ele nunca fez curso de desenho ou de artes. Transporte da escultura de dinossauro envolveu um caminhão munck. — Foto: Arquivo pessoal Como trabalha em uma escala de 24 horas de trabalho seguidas por 48 horas de descanso, o bombeiro costuma calcular o tempo gasto nas esculturas em horas. Com uma rotina intensa no batalhão, ele alterna alguns momentos de folga para ficar nas peças de arte e em outros aproveita o descanso. “Foram umas 300 horas para finalizar o Espinossauro, o que dá entre seis e sete meses para ficar pronto. Quando não estou muito cansado, aproveito as minhas folgas para focar nas esculturas. Agora, vou começar a fazer outros animais, como a girafa, e tentar adaptar um molde para acelerar o trabalho. Penso depois em fazer cavalos, elefantes e bois com esse molde, caso dê certo”, contou. Do concreto ao metal Esculturas de bombeiros enfeitam a fachada do Batalhão em Porto Ferreira (SP). Na foto, o filho Enrico e o bombeiro-artista Carlos Tomé. — Foto: Arquivo pessoal No começo, o artista fazia as esculturas em concreto, depois foi para a argila e se encontrou com os metais. Para isso, ele consegue doações em oficinas mecânicas e bicicletarias e reutiliza o que seria descartado. “A maioria que iria para o lixo eu transformo em arte”, disse. Os próximos planos do artesão são colocar à venda algumas das esculturas e, quem sabe, transformar o hobbie em uma nova profissão. REVEJA VÍDEOS DA EPTV: